Óleo de cozinha vira resina antiferrugem

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Crescer de forma sustentável era um sonho antigo do pernambucano Luiz Cláudio Lima, dono da microempresa Redlub. Há 10 anos, ele teve uma ideia que, na época, parecia de difícil realização: transformar óleo de cozinha usado em resina antiferrugem para carros.

A consultoria do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) foi decisiva para Lima abrir a própria empresa em Recife. "A instituição me deu apoio para realizar os testes no Centro Tecnológico de Pernambuco", lembra. Os resultados foram animadores: os testes indicaram que o óleo usado podia servir para proteger metais da corrosão. Foi aí que o sonho de ter um negócio ao mesmo tempo lucrativo e ecologicamente correto começou a virar realidade.

Com quatro funcionários, Lima recolhe atualmente 15 mil litros de óleo por mês em restaurantes, hotéis, condomínios e hospitais de Recife. Ao todo, são quase 500 estabelecimentos na capital pernambucana. A produção da Redlub chega a 100 litros de antiferrugem por dia, com uma receita mensal de R$ 18 mil.

Quando entrou no negócio de reciclagem de óleo de cozinha, o empreendedor recolhia dois mil litros do produto e sua renda era de apenas um salário mínimo, cerca de R$ 200 na época. Para Lima, o crescimento da empresa acompanhou o aumento da preocupação da sociedade com as questões ambientais. "No início, as pessoas relutavam em guardar o óleo usado, mas hoje temos uma rede estável de fornecedores."

O empresário explica que o antiferrugem atua contra a corrosão de chassis e outras peças automotivas. Trata-se de uma espécie de resina que é aplicada nos lava jatos por intermédio de uma pistola de ar comprimido ou pincel. Para evitar o desgaste das partes metálicas, o produto deve ser usado duas vezes por mês.


Contaminação da água - A contaminação por óleo de cozinha usado prejudica o funcionamento das estações de tratamento de água e encarece bastante o processo. O acúmulo de óleos e gorduras nos encanamentos pode causar entupimentos, refluxo de esgoto e até rompimentos das redes de coleta.

Nos rios, a presença de óleos dificulta a entrada de luz e a oxigenação da água. "Tudo isso compromete a base da cadeia alimentar aquática, além de contribuir para a ocorrência de enchentes", ressalta o empresário. "Além de gerar renda, a Redlub ajuda a diminuir o impacto dessas substâncias no meio ambiente", comemora. (ASN)



Veículo: Diário do Comércio - MG


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