"SC fatura até R$ 250 milhões com PET reciclável por ano", afirma especialista

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Presidente da Associação Brasileira de PET faz palestra em Florianópolis nesta sexta


A indústria do PET, que gira em torno basicamente da garrafa plástica, recicla mais a cada ano. Em 2011 foram 294 mil toneladas, contra 282 mil toneladas no ano anterior, conforme a Associação Brasileira de PET (Abipet). Neste quadro, Santa Catarina ocupa o segundo lugar na quantidade de empresas recicladoras (são 45 das 409 no total brasileiro). O mercado fatura, em média, R$ 1,18 bilhão por ano e SC abocanha entre R$ 200 milhões e R$ 250 milhões. Auri Marçon, presidente da Abipet, apresenta este cenário e fala sobre a sustentabilidade da embalagem e o uso do material para os empresários  reunidos no 21º Congresso Nacional da Indústria de Água Mineral, nesta sexta-feira, no Costão do Santinho Resort, em Florianópolis.

Diário Catarinense — Como é o mercado de SC e qual a participação do Estado no ranking nacional?
Auri Marçon — O mercado de SC tem 45 empresas que reciclam as garrafas PET, atrás de São Paulo, líder com 178 negócios neste setor. No Estado não há uma região específica, mas o Vale do Itajaí lidera. A reciclagem ocorre onde a prática é mais popular, porque viajar com a garrafa vazia custa caro e isto leva as empresas a se instalarem em grande centros de reciclagem. Este é um mercado forte, que movimenta R$ 1,2 bilhão e SC tem cerca de 14% deste total, ou seja, fatura entre R$ 200 milhões e R$ 250 milhões com PET reciclável.

DC — Quais são os segmentos de Santa Catarina que despontam no cenário nacional em reciclagem de PET?
Marçon — Apesar de ter pouco mais de 10% do total de recicladoras do país, Santa Catarina detém grandes empresas, que consomem muito mais do que há disponível em termos de oferta. No caso catarinense, por exemplo, é preciso comprar garrafas de outros estados para produzir conforme a capacidade instalada nestas empresas. Há três segmentos muito fortes de reciclagem no Estado, que são a transformação em cordas, a aplicação têxtil nas formas mais diversas — de travesseiros e cobertores a roupas — e o uso como cerdas de materiais de higiene. Outro mercado grande em SC é a produção de TNT, uma manta fabricada com PET e usada em coifas de cozinha, para drenagem em construção civil e pavimentos de estradas.

DC — Qual é a relação de espaço entre o PET reciclado e o material fabricado a partir de resina virgem?
Marçon — Até a crise econômica, o preço do reciclado era de 70% a 80% do valor da resina virgem, mas depois isso se inverteu. De lá para cá, o reciclado ganhou valor e o uso da resina virgem diminuiu. Hoje a diferença de preço é insignificante entre o PET reciclado e o fabricado a partir da resina virgem. O uso do material reciclado pode crescer mas isso ainda deve demorar. No ano retrasado o governo federal publicou a regulamentação para uso do PET reciclado em embalagens alimentícias, o que significa que ainda há poucas empresas para atuar nesta área e isso ocorre inclusive porque há outros usos mais rentáveis para o material reciclado.

DC — Em que estágio está o mercado de reciclagem e como ele pode crescer mais?
Marçon — A taxa de crescimento da reciclagem está crescendo, mas em ritmo mais lento. A previsão é de crescimento médio de 7,5% para este ano, mas isto deve cair, porque estamos limitados a capacidade de coleta dos municípios, que não cresce. As recicladoras estão ociosas porque o Brasil não desenvolve um sistema eficiente de coletas, tema que está sob responsabilidade das prefeituras. A parte que cabe às indústrias é apoiar o recolhimento do material, mas não podemos fazer a coleta. Hoje, 8,7% dos municípios têm coleta seletiva eficiente no país, onde a cobertura chega a pelo menos 80% da população. O que falta para crescer mais é os prefeitos investirem no sistema de coleta.


Veículo: Diário Catarinense


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