Descarte Certo e Oi se unem para reciclagem

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A Oi e a Descarte Certo, empresa do grupo Ambipar, fecharam uma parceria para a construção de cinco fábricas de processamento e reciclagem de produtos eletroeletrônicos, que envolve investimento de R$ 16 milhões. Desse total, a Oi irá financiar R$ 10 milhões durante seis anos. Parte do valor financiado será restituída com a prestação de serviços de coleta, logística reversa (recolhimento de aparelhos usados) e destinação final de resíduos produzidos pela operadora e por seus fornecedores, funcionários e clientes.

A parceria prevê que a Descarte Certo fará o recolhimento e a triagem de materiais, como celulares usados, computadores, carregadores, baterias usadas e fios de cobre. Parte desses itens poderá ser reutilizada, enquanto o restante passará por um processamento para que materiais como cobre, alumínio, fibra óptica e fibras de vidro possam ser reaproveitados como matérias-primas por outros fabricantes.

O objetivo da Oi com a parceria é se preparar para a entrada em vigor da Lei 12.305, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Essa política estipula regras de reutilização de resíduos sólidos e destinação ambientalmente adequada de rejeitos. O cumprimento dessas regras será obrigatório a partir do segundo semestre de 2013. "A ideia é melhorar os níveis de redução, destinação e reciclagem de resíduos", disse Bayard Gontijo, diretor de tesouraria e relações institucionais da Oi.

De acordo com o executivo, a parceria vai facilitar o processamento de resíduos sobretudo em Estados fora da região Sudeste. A Oi já faz a reciclagem de materiais. No ano passado, encaminhou aproximadamente 3,3 mil toneladas de materiais. Além da coleta de resíduos da Oi, a companhia também recolhe nas lojas aparelhos celulares, baterias e acessórios usados de seus clientes. A operadora não divulga a previsão do volume de coleta para este ano.

Lucio Di Domenico, presidente da Descarte Certo, afirmou que parte do investimento será aplicada inicialmente para dobrar a capacidade de processamento de sua fábrica em Americana, no interior paulista. A capacidade atual dessa unidade é para processar 300 toneladas de materiais por mês, como equipamentos de linha verde (computadores e celulares), linha branca, eletroportáteis e linha marrom.

A expectativa de Domenico é concluir até 2014 a construção de unidades no Rio Grande do Sul, em Pernambuco, no Amazonas, em Goiás e no Rio de Janeiro, nessa ordem. "Depois dessa fase teremos uma sétima unidade, uma fábrica móvel para processar resíduos em regiões mais afastadas", afirmou.

Com as fábricas em operação, a Descarte Certo dobrará a capacidade de processamento, para 14,4 mil toneladas por ano, ou 1,2 mil toneladas por mês. Domenico estima que as unidades vão gerar 2 mil empregos diretos e aproximadamente 3 mil postos de trabalho indiretos. "O maior ganho será a distribuição do processo de reciclagem em todas as regiões do país", disse.

A Descarte Certo já faz a coleta de materiais em todo o país, mas tem um custo financeiro e ambiental para transportar esses materiais até a fábrica de Americana para processamento. "As novas unidades vão proporcionar uma redução significativa do custo ambiental e financeiro da operação", afirmou. O executivo também estima que o investimento feito pela Oi estimulará outras operadoras a tentar fechar parcerias semelhantes.



Veículo: Valor Econômico


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