Consultoria constata aumento do número de PMES interessadas em melhorar suas práticas ambientais
A implementação de ações sustentáveis dentro das pequenas e médias empresas começa a ganhar fôlego nos negócios brasileiros, segundo conta Mauro Ambrósio, sócio-diretor da divisão de auditoria e sustentabilidade da BDO. Segundo ele, a BDO, especializada em prestar serviços de consultoria e auditoria sustentável, tem recebido nos últimos meses um volume grande de pedidos de pequenas empresas que desejam tomar iniciativas nesse sentido.
“O nosso serviço consiste em ajudar quem ainda não tem como passar a trabalhar com esse apelo sustentável, hoje muito requisitado em todo o território nacional pelos mais diversos tipos de instituições”, explica o executivo.
Além disso, Ambrósio explica ainda que a BDO tem o papel de ajudar a mensurar todas as informações de sustentabilidade em um relatório, que passa a ser também atestado pela consultoria. “É um meio de dar mais credibilidade a esses negócios”.
Por conta disso, Ambrósio observa que esse público está percebendo que é preciso mostrar ao mercado que a companhia está preocupadacomo tema e que pode atender às expectativas deempresas parceiras, do consumidor e até mesmo de instituições públicas, que exigem cada vez mais companhias com esse perfil. “É importante lembrar que até os bancos já atuam com linhas especiais de crédito voltadas a esse público, também estão se interessando pelo pequeno e médio empresário”, aponta Ambrósio.
No entanto, observa que ainda é preciso mitigar a cultura de que o apelo sustentável é algo exclusivo das grandes empresas. “Temos no território nacional cerca de mil empresas que atuam nessa frente. Isso acontece porque ainda temos um público que não tem muita familiaridade com o tema”, conta. De acordo com o executivo, sustentabilidade tem e deve ser trabalhada em toda sua amplitude: nas áreas econômico-financeira, transparência e governança corporativa, social e ambiental. “É preciso que todas essas frentes sejam conjugadas”, explica.
Outro ponto de relevância observado pelas empresas, segundo o executivo, é a concorrência. “Os empresários já se deram conta de que se não começarem a inserir isso agora terão dificuldades no futuro, por conta de a concorrência já ter esse trabalho bem formatado”.
O trabalho de consultoria e auditoria da BDO é feito dentro do modelo Global Reporting Initiative (GRI) — instituição mundial responsável por criar um padrão de divulgação de informações de sustentabilidade.“O GRI incentiva empresas que seguem seu padrão sejam também auditadas para que ganhem credibilidade perante o mercado”, destaca.
Quanto aos segmentos que mais buscam inserir o conceito de sustentabilidade em suas ações, Ambrósio conta que são os mais diversos possíveis. Eles vão desde indústrias ligadas à infraestrutura, aço, minério, petróleo e gás, construção civil, concessionária de rodovias até o setor varejista. “São os setores que mais têm contato com o meio ambiente”, conta.
As vantagens de trabalhar com sustentabilidade, ainda de acordo com Ambrósio, é formar uma imagem mais positiva para o mercado, que enxerga a companhia como uma instituição que tem um desenvolvimento sustentado do negócio. Outro ponto positivo é a atração de mão de obra qualificada. “Os profissionais do mercado tendem a buscar uma empresa que trabalhe com todo esse conceito”, finaliza.
Veículo: Brasil Econômico
