Dow e Mitsui adiam fábrica de plástico 'verde'

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A companhia americana Dow Chemical e a trading japonesa Mitsui vão adiar novamente o projeto de construção de uma fábrica de plástico "verde" a partir da cana-de-açúcar no Brasil. Esse complexo, idealizado para ser erguido na cidade de Santa Vitória (MG), está avaliado pelo mercado em cerca de US$ 1,5 bilhão.

O Valor apurou que a Dow deverá se dedicar, no curto prazo, aos projetos mais rentáveis, sobretudo nos Estados Unidos, após a descoberta de grandes reservas de "shale gas" (gás de xisto) na região da Costa do Golfo. A abundância de gás natural em território americano reduz os custos de produção de embalagens de alto desempenho e especialidades químicas, por exemplo.

A fábrica de plástico "verde" foi anunciada pela primeira vez no Brasil em 2007, quando o grupo sucroalcooleiro Santa Elisa, de Sertãozinho (SP), foi apontado como sócio da companhia americana nessa empreitada. Em 2009, a usina, controlada pela família paulista Biagi, passou por sérios problemas financeiros e foi absorvida pelo grupo francês Louis Dreyfus, que não manifestou interesse de tocar o negócio.

Em julho de 2011, a Dow e a Mitsui anunciaram joint venture, com 50% de participação cada uma, para retomar o projeto, que inicialmente previa a construção de uma usina de etanol, com capacidade para esmagar 2,7 milhões de toneladas de cana. A segunda fase incluía uma fábrica integrada para a produção de biopolímeros para a produção de polietileno (PE). Pelas projeções feitas àquela época, o complexo iniciaria suas operações no fim deste ano.

Nos últimos cinco anos, outros projetos com essa mesma finalidade foram anunciados no país. No entanto, apenas a Braskem, do grupo Odebrecht, investiu de fato. A fábrica de plástico "verde" do grupo começou a operar no segundo semestre de 2010 na cidade de Triunfo (RS). A petroquímica nacional manifestou interesse na implantação de sua segunda unidade de PE na região Centro-Sul do país e na construção de uma terceira fábrica, no caso de polipropileno (PP), a partir do etanol. Esses projetos, contudo, ainda não foram levados adiante.

Ao Valor, a Dow informou, por meio de um comunicado, que vai postegar a segunda fase do projeto - a unidade de biopolímeros. A primeira fase, que permanece dentro da programação, inclui a expansão das plantações de cana e construção de uma usina de etanol. Atualmente, as companhias cultivam uma área de 20 mil hectares com a matéria-prima e esperam ter primeira colheita completa em 2014. "A decisão de adiar a segunda fase é movida, principalmente, por um aumento dos custos de projeto, construção e operação das instalações, assim como pelas incertezas em torno da legislação de propriedade de terra no Brasil."


Veículo: Valor Econômico


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