FAO destacou a criação do Comitê de Monitoramento Global para o Ano Internacional da Agricultura Familiar, AIAF 2014, com a participação de 14 países, a ONU, a sociedade civil e produtores.
Santiago do Chile, 25 de março de 2013 - As Nações Unidas celebrará em 2014 o Ano Internacional de Agricultura Familiar, AIAF 2014, segundo o último Boletim da Agricultura Familiar da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura).
Para organizar as as atividades foi criado o Comitê Mundial de Acompanhamento do AIAF 2014, com a participação de 12 estados membros e representantes da FAO,representantes do PAM, do PMA e outras agências da ONU, Bioversity,além do Fórum Mundo Rural, da União Europeia, organizações de produtores e do setor privado.
"O Ano Internacional da Agricultura Familiar é essencial para sensibilizar os governos e o público sobre a importância e a contribuição da agricultura familiar para a segurança alimentar e a produção de alimentos", destava o chefe de Políticas do FAO, Salomon Salcedo.
De acordo com Salcedo, o setor é um dos pilares da segurança alimentar regional "80% das propriedades agrícolas da América Latina e no Caribe fazem parte da agricultura familiar. O setor gera cerca de 70% do emprego agrícola na região", ressalta.
Segundo a FAO, somente nos países do Mercosul o setor envolve 20 milhões de pessoas diretamente no local, e emprega diretamente cerca de 10 milhões de pessoas. Em termos de produção também é fundamental, no Brasil é responsável por 38% da produção agrícola, 30% no Uruguai, 25% no Chile, 20% no Paraguai e 19% na Argentina.
Investimento no setor
Segundo a FAO, houve um declínio acentuado nos gastos públicos em agricultura nos países em desenvolvimento, particularmente na América Latina e no Caribe. Nesta região, os gastos públicos na agricultura caiu um total caiu 6,9% em 1980 para 1,9% em 2007. Esta relação é de fato o mais baixo entre todos os países em desenvolvimento, e contrasta com figuras como o Leste da Ásia e Pacífico (6,5%) e Sul da Ásia (4,9%).
No âmbito do investimento total na agricultura, aquele proveniente dos próprios agricultores é o mais importante ", destaca Salcedo. "Mas os governos devem incentivar o investimento por meio de políticas e de um ambiente propício ", disse ele.
Salcedo explica, que a medida em que se reduz os altos custos de transação do setor, que muitas vezes são devido a assimetrias de informação ou falta de infraestrutura, incentiva os produtores a aumentar o seu investimento e produção, combinando a antiga sabedoria dos agricultores familiares com a evolução tecnológica moderna.
Radiografia do setor em Suriname
Cerca de 99% da produção agrícola do Suriname vem da agricultura familiar, de acordo com o Boletim de Agricultura Familiar da FAO. A população dedicada a agricultura representa 70% da população economicamente ativa, e a maioria deles estão envolvidos na produção de subsistência, onde se destaca a produção de grãos básicos como milho e arroz.
Em média, a agricultura familiar possuem 4,1 hectares, enquanto produções desconhecidas têm uma área média de 493 hectares. Outro fato importante é a participação das mulheres na produção. Dos 10.189 agricultores familiares, 35% (3.537 fazendas) são dirigidas por mulheres.
"Aagricultura é responsável por 7,2% do valor adicionado total do país em 2011, isso demonstra claramente que é um setor importante para a economia do Suriname", destaca Salcedo.
Fonte: Assessoria de Comunicação da FAO