Com a evolução da televisão digital, principalmente pela chegada ao mercado de aparelhos capazes de acesso à internet, empresas de tecnologia já buscam desenvolver softwares e interfaces capazes de levar soluções em pagamentos, telefonia e videoconferência através da televisão.
A MoIP, empresa brasileira de São Paulo da qual o provedor iG é um dos sócios, por exemplo, mostra-se uma das mais interessadas em vender soluções para pagamentos pelo televisor, e aposta no crescimento do serviços on-line, em plataformas móveis e novas tecnologias, como celular e televisão para chegar a 50 mil clientes neste ano; hoje são mais 30 mil, diz o sócio da MoIP Igor Senra. "Observamos que o pagamento precisa chegar aonde o cliente está", disse ele. "Aí criamos toda a estrutura para oferecer soluções de pagamento em diversas plataformas por meio de IP [protocolo de internet]".
Segundo Senra, a evolução da televisão digital será um marco na ampliação do serviço de pagamentos, o que deve acontecer com força nos próximos anos, com a popularização dos aparelhos capazes de acessar a internet. "À medida que a estrutura de tecnologia crescer, vamos disponibilizar diversas soluções por esse canal", afirma o executivo.
Para o empresário, o desenvolvimento dos serviços on-line abrirá espaço para desenvolvimento de novos produtos, como seguro para as prestações e pagamento por débito automático escolhido via televisor. "Se mantivermos a base de clientes, vamos crescer no mínimo 75%", disse Igor Senra, ao revelar o plano ambicioso de crescer 1.600% em 2010.
Aparelhos
Se o futuro da tecnologia da informação é a integração da internet com os televisores e outros aparelhos domésticos, a disputa entre os fornecedores será mais forte na busca de parcerias e oferta de tecnologia e conteúdo nos aparelhos. Exemplo disso é o lançamento recente da linha de televisores com acesso a conteúdos da web fabricado pela LG.
Segundo a gerente de Produtos da LG, Fernanda Summa, a grande novidade é que os novos aparelhos de televisão da marca são "um produto vivo", disse ela, no lançamento, em São Paulo. "Acho que vai introduzir mais comodidade para as pessoas", conta.
Conforme a gerente de Produtos, no primeiro momento a intenção da companhia é levar vídeos do You Tube e conteúdos dos portais UOL e Terra aos usuários do produto. Já está em estudo, porém, uma parceria com o Skype para oferecer ligações via protocolo IP e videoconversa por meio dos aparelhos.
Para a fabricante japonesa de aparelhos eletrônicos Panasonic, a aposta para alavancar um crescimento de 30% neste ano é a chegada da linha de televisores em terceira dimensão, os chamados 3D, contou ao DCI o presidente da empresa no Brasil, Masanobu Matsuda. "Vamos aumentar a nossa participação no mercado de televisores colocando novos produtos, como o 3D, e melhorando as condições dos aparelhos de tela fina - de plasma e LCD."
O executivo conta que este ano, com a chegada da Copa do Mundo da África do Sul, as vendas de aparelhos se mostram mais aquecidas, mas o lançamento do produto deve acontecer apenas no segundo semestre e aproveitar o período de Natal, considerado uma época de ouro para os negócios. "Já vendemos esse produto no Japão e nos Estados Unidos, mas aqui, como precisamos produzir em Manaus e mudar a estrutura, as coisas atrasam um pouco."
De acordo com Matsuda, o grande desafio da Panasonic nos próximos anos será a briga com as marcas coreanas Samsung e LG. "No Brasil, elas ainda estão muito fortes, por isso a gente está fazendo uma contramedida e oferecendo novos produtos, para resolver essa situação."
Portáteis
De olho na abertura de novos horizontes para os negócios, há empresas que também buscam formatos de televisão digital portátil, o que pode ampliar ainda mais as possibilidades de recursos dos aparelhos.
Para abocanhar esse mercado, que se mostra promissor para os próximos anos, a Tele System, empresa italiana que atua na produção de receptores para TV por assinatura, resolveu investir na produção de telas pocket -de bolso- e já pretende dobrar o volume de produtos da marca disponíveis no mercado brasileiro. "Com o crescimento da procura por esse produto, acredito que em alguns anos ele será o nosso principal."
Outra que aposta nos minitelevisores é a AOC, considerada uma das maiores fabricantes de telas do mundo. Segundo a empresa, este produto começará a ser produzido no Brasil neste ano. "O minitelevisor possibilitará ter um preço mais acessível e oferecer maior quantidade do produto aos consumidores", afirma Maurizio Laniado, vice-presidente da companhia no Brasil.
Veículo: DCI