Mesmo diante da unificação das máquinas de cartões de crédito, lojistas continuam optando por manter em seus balcões equipamentos de várias operadoras. Eles ainda não se sentem seguros para abolir uma ou outra máquina, ainda que isso possa representar economia no aluguel do equipamento - em média, a mensalidade é de R$ 80.
Dono de três lojas de lingerie na região do Bom Retiro, no Centro de São Paulo, Marcelo Matoso Azevedo diz que a unificação levou a uma redução nas taxas que as administradoras cobram por cada venda feita, que podem chegar a 3% do total. "Antes, nossa negociação com as administradoras era bem mais difícil. Agora, temos a opção de cancelar o serviço caso elas não concordem com o que estamos dispostos a pagar. Existe uma espécie de "leilão" de taxas, que já fez com que elas caíssem cerca de 40%", diz.
Apesar disso, a rede ainda mantém equipamentos de três operadoras diferentes nas lojas. "O sistema em geral ficou mais ágil, mas, às vezes um cartão não passa em determinada máquina, e só passa em outra. Por isso, por enquanto, decidimos ficar com todas", justifica o gerente de uma das unidades, Anderson Francisco da Silva.
Essa tem sido também a estratégia usada pela empresária Denise Altman, dona de uma rede de moda praia com unidades espalhadas por cinco bairros da cidade. "A ideia era começar a abolir algumas delas, mas, como algumas falhas ainda estão acontecendo, vou esperar passar o fim do ano, época em que temos mais movimento. Na verdade, por enquanto a medida foi benéfica mais por nos permitir melhorar o atendimento do que por ter reduzido nossos gastos", avalia.
Veículo: O Estado de S.Paulo