No Brasil, o mercado de comércio eletrônico (mais conhecido como e-commerce) tem apresentado um crescimento anual para lá de expressivo, o que chama cada vez mais a atenção das empresas. Animado com o segmento, o empresário de Campinas, Flávio Bandiera, lança um sistema de e-commerce que considera inédito no Brasil e voltado para a indústria, chamado F-Store, que pretende "revolucionar o mercado". O empresário está de olho no crescimento estimado do setor, que tem sido na ordem de 33% em volume de usuários em compras pela internet, e 30% em faturamento entre as empresas que atuam nessa área. No ano passado foram cerca de 17,6 milhões de usuários e a projeção para este ano é chegar aos 23 milhões.
Em 2009, o setor teve um faturamento de R$ 10,6 bilhões e somente neste primeiro semestre 2010 já atingiu 40% de crescimento atingindo R$ 14,84 bilhões. Se o segundo semestre repetir o mesmo resultado do primeiro pode chegar a R$ 29,68 bilhões com um crescimento total de 80%. O tíquete médio é de R$ 335.
Por conta disso, a F-Store foi criada para desenvolver e operar sistemas virtuais exclusivamente para vendas. Flávio Bandiera enumera alguns fatores que contribuem para a franca expansão do comércio eletrônico, tais como a praticidade de entrega e facilidade de comparação, o cartão de crédito como opção de pagamento (80% dos brasileiros preferem essa modalidade), suporte on-line, orientação pessoal para a venda e o crescimento das redes sociais (nove entre dez usuários confiam em sugestões de compras e sete entre dez confiam em informações postadas por outros consumidores).
Bandiera disse que os empresários acima dos 40 anos de idade têm algumas dificuldades para entender o e-commerce, a facilidade do e-mail, das redes sociais, a facilidade de tecnologia, de programação de dados, entre outros. Segundo ele, esses empresários são excelentes fabricantes de seus produtos, de certificação, de cadeia de suprimentos, de embalagem, logística de entrega, mas quando entram nesse mercado de e-commerce precisam montar uma estrutura de pessoas que não são focadas no produto final deles, mas são focadas no meio virtual e o custo passa a ser elevado e por esse motivo muitos não estavam entrando nesse setor.
"Diante desse quadro, a F-Store está entrando numa fatia de mercado aonde ela assume todo esse custo, ou seja, a gente não cobra do cliente. Nós desenvolvemos o site, fazemos todas as manutenções que o site precisar, além disso, a gente oferece todas as ações de marketing com envios de e-mail marketing, avaliação e cadastro do perfil do consumidor que comprar dele com custo zero para o cliente", diz.
Flávio Bandiera disse ainda que a operação financeira na internet atualmente é executada por grandes grupos e que o parceiro da F-Store é o Pag Seguro, do grupo UOL que tem essa unidade de negócios que só realiza transações financeiras na Internet com todas as garantias de um site seguro, toda a homologação de cartões de crédito de todas as bandeiras, com os bancos nacionais e boletos bancários.
"O acordo do nosso cliente é feito diretamente coma operadora financeira, no caso a UOL. A F-Store não põe a mão no dinheiro. O cliente vai lá se cadastra. Tudo com nosso suporte. A gente ensina ele a fazer e tem o recebimento direto da operação financeira. Uma outra vantagem que os clientes estão ficando encantados é que o pedido que chegar para ele já chegará pago. A operação financeira hoje ela primeiro aprova o crédito e depois ela libera o produto e a maioria dos clientes hoje manda faturado e pode até não receber isso. Nesse sistema de pagamento na internet se torna seguro , pois quando vai postar o produto para entrega já está pago", explica.
Comissão
A F-Store ganha por comissão quando o produto é vendido no site. O percentual é negociado diretamente e individualmente sobre cada produto que seja vendido com taxas regressivas, ou seja, quanto mais vende menor é a taxa percentual recebida.
O fato de vislumbrar uma nova atuação no mercado aumentando as vendas de suas empresas fez com que as indústrias Café Canecão, de Campinas e Tecno Toner, de Salto, se tornassem os primeiros clientes da F-Store. Neste momento estão sendo feitos os testes de compatibilização do sistema da F-Store com o site destes clientes. A expectativa é de que a operação comece oficialmente no final deste mês.
A empresa F-Store nasce com uma projeção inicial de um volume de vendas até dezembro em torno de R$ 500 mil os dois portais juntos dos dois clientes. A F-Store é um prestador de serviço que não aparece. O usuário de internet que entrar no site desses clientes vai encontrar um ícone da loja virtual que vai encaminhar para a F-Store com uma loja virtual completa, onde poderá selecionar os produtos e encher o carrinho. Em seguida passar o cartão e ocorre a aprovação da compra. A ideia é receber os produtos através da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.
Bandiera disse que normalmente a empresa quer ter a própria loja virtual para ver o poder do consumidor ou existem situações nas quais o criador do site vende o portal e o cliente fica com as ações de operação. A F-Store está entrando numa modalidade de negócio intermediária.
O investimento previsto pela F-Store até dezembro é de R$ 350 mil. Conta com uma equipe de criação que faz o visual do site tornando mais atrativo ao consumidor, um webdesigner e um programador para as operações de compra, pagamento e integração com o sistema do cliente. Todos os portais são hospedados na Local Web de forma segura e ininterrupta. A expectativa de Bandiera é de chegar a 10 clientes até dezembro.
Para as empresas que optarem por esse site exclusivo, Bandiera afirma que essa modalidade de loja virtual amplia a força de vendas da empresa, permite a inserção em mercados que ainda não disputa e passa a comercializar o seu produto para o consumidor final a preço de varejo, sem intermediários. A empresa recebe dados completos sobre a eficácia e produtividade do site.
Veículo: DCI