Lojas virtuais: Comércio vai crescer 35% este ano

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A entrada de novas lojas virtuais, principalmente grandes redes de varejo (Casas Bahia, Walmart, Ponto Frio, Extra, Pão de Açúcar, Carrefour, Insinuante e Magazine Luiza), o avanço dos meios de pagamento digitais, além da incorporação de novos consumidores, em especial da classe C, e a adesão cada vez maior das pequenas e médias empresas consolidam as compras eletrônicas como um meio efetivo de negócios no comércio de varejo no Brasil. As perspectivas são de que as vendas do varejo virtual até o final do ano alcancem o faturamento recorde de R$ 14,5 bilhões, o que representará um crescimento de 35% quando comparado ao resultado de 2009, quando o faturamento chegou a R$ 10,6 bilhões. Espera-se também que o ano feche com 23 milhões de e-consumidores contra 17,6 milhões em 2009.

 

"O ambiente é cada vez mais propício às compras pela internet", diz Pedro Guasti, diretor-geral da E-Bit, empresa especializada em informações sobre o comércio eletrônico. "Já são mais de 7 mil lojas, legalmente estabelecidas que fazem vendas virtuais. As novas lojas de varejo trazem reputação para o comércio eletrônico, e atributos positivos para as marcas, o que aumenta a percepção de confiança dos consumidores. Isso hoje é um grande fator de estímulo ao crescimento dos negócios na web", afirma. Segundo ele, uma das últimas grandes varejistas a entrar no comércio eletrônico foi a rede francesa Carrefour, que investiu cerca de R$ 50 milhões na montagem de seu site de vendas pela internet.

 

Os resultados obtidos no primeiro semestre, de acordo com Guasti, sustentam as projeções otimistas para 2010. De janeiro a julho, o e-commerce brasileiro cresceu 40%, em comparação com o mesmo período de 2009, atingindo o faturamento de R$ 6,7 bilhões. O tíquete médio passou de R$ 328,00 para R$ 375,00. Nos seis primeiros meses do ano, adianta o diretor-geral da E-bit, mais de 20 milhões de pessoas compraram pela internet ao menos uma vez.

 

A Copa do Mundo, o fim da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o que levou à antecipação de compra de produtos da linha branca, e as promoções levaram os consumidor a comprar mais pela internet no período. Outro fator de incentivo para as compras, diz o executivo, é o fortalecimento dos meios de pagamento digitais, desenvolvidos com segurança para a web. O Buscapé, um site adquirido há um ano pelo grupo de mídia sul-africano Naspers, visando conquistar a adesão de mais comerciantes ao seu sistema de pagamentos na web passou a oferecer exibição gratuita de anúncios às lojas virtuais que usarem o Pagamento Digital em caráter exclusivo. O sistema permite ao consumidor pagar com qualquer cartão de crédito ou boleto bancário, e já tem vários concorrentes, entre os quais o PagSeguro, do UOL, o Mercado Pago, do Mercado Livre, e o PayPal.

 

Um dos maiores competidores é o MoIP Pagamentos, empresa de meios de pagamento on-line que pertence ao portal IG, anuncia para este ano transações de R$ 350 milhões, envolvendo mais de 90 mil consumidores. Por dia, são 15 mil transações pela web feitas via MoIP, diz Igor Senra, diretor-geral da empresa. A previsão é aumentar as transações em cerca de 1.400% até o final de 2010 em relação ao mesmo período de 2009.

 

Segundo o Sebrae, em função da queda de preços das ferramentas de tecnologia, o comércio digital avança entre as micro e pequenas empresas. Uma pequena loja, modesta, simples, sem grandes parafernálias tecnológicas, pode ser montada com investimento de até R$ 2 mil. "Mas as empresas precisam aprender a lidar com esse novo tipo de relacionamento com os clientes", diz Renato Fonseca, consultor da entidade em São Paulo. "Não se pode apresentar as vendas virtuais, como apologia. As empresas têm que se capacitar, avaliar os produtos oferecidos de acordo com os interesses dos consumidores, aprender toda a operação - de venda, pagamento, logística e distribuição."

 

Veículo: Valor Econômico


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