Cielo e Redecard terão concorrentes de peso em 2012

Leia em 3min 10s

Credenciadoras Elavon e Tsys vão usar estratégias conhecidas pelas veteranas brasileiras, como agregar valor para o lojista


O mercado de cartões brasileiro ficará mais concorrido este ano, quando duas novas credenciadoras — companhias que fazem a comunicação entre o comércio e as bandeiras — entrarão em operação: as americanas Elavon e Tsys. As empresas chegam para competir com Cielo e Redecard, que hoje dominam a atividade de adquirência, e vão usar como estratégia aquilo que está sendo experimentado pelas às “maquininhas” disponibilizadas ao comércio, como com programas de fidelidade, sem entrar em guerra de preços.

Segundo Antonio Castillo, presidente da Elavon na América Latina — credenciadora que atua em 30 países e que tem um escritório com 100 funcionários no Brasil —, a companhia vai entrar no país com produtos diferenciados para cada tipo de varejista e tem serviços para empresas do setor aéreo, turismo, saúde e para o comércio eletrônico.

“Acreditamos que o mais importante para o varejo é economia em cima das receitas operacionais.A estratégia da Elavon não é baseada em preços.” A Elavon já fechou contrato com 200 varejistas de todos os portes, sendo que os menores devem começar um projeto piloto no primeiro trimestre de 2012 e os grandes vão entrar em operação até o final do primeiro semestre,já que estão passando por uma fase de desenvolvimento de produtos especiais a serem aplicados no país. A empresa já tem em sua carteira bandeiras como Visa, MasterCard, Diners e Discover, mas não descarta a parceria com as bandeiras regionais.

Antonio Jorge Bueno, responsável pela América Latina da conterrânea Tsys, pondera que quer entregar no Brasil muito valor agregado às maquininhas. “O caminho neste mercado é a diferenciação”, afirma, sem adiantar qual a estratégia que a empresa seguirá no país quando começar a operar, o que deve ocorrer no próximo ano. A Tsys atua no Brasil como processadora de transações de cartões desde 2009, tendo como principal cliente o Carrefour. No mundo, a empresa tem capacidade de processar 7 bilhões de pagamentos ao ano e apenas nos Estados Unidos ela atua também como credenciadora, a exemplo do que ocorrerá no Brasil. De acordo com Bueno, a guerra de preços só estragaria o mercado para todo mundo e, portanto, não é a estratégia que deve adotar.
“Conforme o preço abaixa, a qualidade do serviço cai e tudo tem um limite. Quero fornecer tanto benefício ao cliente que ele aceite pagar mais pelo meu serviço”, pondera.

As novas empresas de credenciamento entram em sintonia com as veteranas do setor. “Não vamos entrar em guerra de preços”, afirmaram em coro Claudio Yamaguti, presidente da Redecard, durante reunião com investidores, e Rômulo Dias, presidente da Cielo, em entrevista ao BRASIL ECONÔMICO.

As empresas reduziram suas margens durante o ano de 2010, quando houve em julho a abertura do mercado de credenciamento com o fim da exclusividade de Cielo prestar serviço de adquirência para a Visa e a Redecard para a MasterCard.Em ambiente mais competitivo, as companhias foram forçadas a reduzir preços, inclusive a taxa de desconto cobrada do varejista pelo aluguel das maquininhas.

Para se ter uma ideia, entre o terceiro trimestre de 2010 e o mesmo período de 2011, a taxa da Re-decard e da Cielo caiu 8%. No entanto, agora o que se percebe é que essa taxa tende a se estabilizar, uma vez que as empresas voltaram a buscar rentabilidade para garantir resultados.

O Santander, que entrou no mercado de adquirência em 2010 em parceria com a GetNet, vai no sentido contrário dos concorrentes e já anunciou, inclusive, a não cobrança da taxa de desconto aplicada ao varejista pelo aluguel das maquininhas.A meta é ganhar escala e depois buscar rentabilidade.


Veículo: Brasil Econômico


Veja também

Defesa do consumidor mira comércio online em 2012

Regulamentação específica para vendas de produtos pela internet: esse é o foco das principai...

Veja mais
E-commerce é forte filão para pequenas

Estimativa da consultoria e-bit aponta que o comércio eletrônico faturou R$ 18,7 bilhões no ano de 2...

Veja mais
Se beber, não compre pela internet

Cada vez mais americanos clicam no botão 'comprar' dos sites sob efeito do álcoolDepois de tomar uns drinq...

Veja mais
Consumidor receoso com comércio virtual

O balanço das vendas de Natal do e-commerce evidenciou que embora o setor ainda cresça a passos largos no ...

Veja mais
Nos EUA, consumidor é rastreado e estratégia muda rapidamente

Na internet, cada clique e zigue-zague do mouse ajuda as empresas de varejo a personalizar sites e maximizar a probabili...

Veja mais
Jogue fora o controle e fale com a televisão

Antes de morrer em 5 de outubro, Steve Jobs deixou pistas de que estava trabalhando em um novo produto que revolucionari...

Veja mais
Empresas querem fim do uso de e-mail

Ferramenta é considerada improdutiva e foco de desorganização; companhias buscam meios para melhora...

Veja mais
Comércio eletrônico adianta os saldões

Após o caos logístico do final de 2010, as principais lojas do varejo on-line preferiram não se com...

Veja mais
Consumidor prefere pagar com cartão

Pesquisa realizada pela Fecomércio mostra que 61,7% dos lojistas incentivam uso do dinheiro de plástico.Na...

Veja mais