Cartão de crédito avança no varejo

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Para a Fecomércio, tendência é que esse cenário favorável ao "dinheiro de plástico" se mantenha neste ano.Priorizar o uso do cartão de crédito foi alternativa apontada por 11% dos varejistas como estratégia para evitar a inadimplência




Tido como um dos grandes propulsores do comércio, o cartão de crédito vem aumentando constantemente sua participação no varejo da Capital, movimento que deve ganhar ainda mais força neste ano. Conforme levantamento feito pela Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas), desde novembro de 2010, a fatia abocanhada por essa modalidade de pagamento supera em 65% todas as vendas a prazo consolidadas pelos lojistas. Na última sondagem feita em novembro do ano passado, esse índice alcançou 69%.

A pesquisa revelou que, naquele mês, 65% das comercializações do varejo foram realizadas a prazo e 35% à vista. A chefe do Departamento de Economia da Fecomércio Minas, Silvânia de Araújo, destaca que, além da liderança do dinheiro de plástico, é importante considerar a diferença na participação dos cartões em relação a outras formas de pagamento.

Nas compras a prazo, além do cartão de crédito escolhido por 69% dos consumidores, há o cheque pré-datado (20%), o boleto (8%) e o cartão de crédito próprio (3%). Silvânia de Araújo reitera o papel do crédito como fonte de fomento para o varejo e para a economia de modo geral, respondendo hoje por 48,2% do PIB. "O cartão é uma grande ferramenta por permitir o acesso ao crédito facilitado e parcelado. E, embora seja uma opção cara, caiu no agrado popular", afirma.

E, de acordo com a economista, a tendência é que esse cenário favorável ao cartão se mantenha neste ano. Isso porque, apesar do agravamento da crise internacional, o mercado interno continua forte no Brasil, o que mantém a confiança do consumidor.

Cautela - Há ainda a força crescente do e-commerce, que incentiva o uso dessa modalidade de pagamento. Entretanto, Silvânia de Araújo salienta que em uma conjuntura de incertezas externas, o nível de endividamento das famílias exige ainda mais cautela.

Conforme a sondagem da entidade, em novembro de 2011, 31% das pessoas que utilizaram o cartão de crédito optaram por parcelar sua dívida em seis vezes. Em seguida, aparece a divisão em três (27,2%) e 10 parcelas (14,9%).

Além da possibilidade de adiar o pagamento e parcelar a dívida, o consumidor vê o dinheiro de plástico com bons olhos devido às premiações e benefícios oferecidos pelas administradoras. Silvânia de Araújo diz que o relacionamento dessas empresas com os lojistas está se aprimorando por meio de fatores como a oferta de taxas diferenciadas para os lojistas que estimulam o uso do cartão. Em novembro, 95% dos entrevistados pela Fecomércio disseram trabalhar com essa ferramenta.

Priorizar o uso do cartão foi, inclusive, alternativa apontada por 11% dos varejistas como estratégia para evitar a inadimplência. As outras ações mais citadas foram a recusa dos cheques (50%), a utilização de cadastro próprio de clientes (22%) e a aceitação de cheques somente de clientes fidelizados.

Apesar de os cheques serem entendidos pelo comércio como maior exposição ao risco, a participação dessa modalidade de pagamento se manteve em novembro, após aumentar seis pontos percentuais em outubro, passando de 14% das vendas parceladas para 20%. Em novembro, 3% dos cheques recebidos eram sem fundo, abaixo dos 8% verificados no mesmo mês de 2010.


Veículo: Diário do Comércio - MG


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