Impressão digital abre caminho para HP

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Na esteira da transição do papel para os documentos eletrônicos, o futuro do mercado de impressão é um dos temas que volta e meia alimentam as discussões no mercado de tecnologia. Por trás do caminho aparentemente mais tortuoso, as empresas do setor têm buscado nesse cenário digital novas trilhas de crescimento potencial para os seus negócios.

Para a Hewlett-Packard (HP), uma das alternativas encontradas são as impressoras digitais de grande porte, em uma oferta que inclui ainda pacotes de software e serviços. Esses equipamentos - cujo custo unitário varia de US$ 1,5 milhão a US$ 2 milhões - são voltados exclusivamente ao mercado de impressão comercial e produção gráfica. A lista de aplicações é extensa. Ela passa por livros, embalagens, etiquetas, cartões de visitas, catálogos, malas-diretas, manuais e álbuns de fotografia, entre outras finalidades. A cadeia do setor inclui desde gráficas e agências de publicidade até os clientes dessas companhias.

As perspectivas otimistas da HP nessa vertente seguem a fase de transformação vivida pelo setor de produção gráfica. "A busca já não é mais tanto por volume de impressão, mas sim pela relevância do que é impresso", observa Alon Bar-Shany, vice-presidente global e gerente geral da divisão de impressoras digitais HP. Batizada de Indigo, a unidade foi criada a partir da aquisição da empresa homônima, em 2001.

De passagem pelo Brasil nesta semana, Bar-Shany explica ao Valor que esse movimento vem acontecendo em todos os elos do setor. Entre as empresas que contratam serviços gráficos, a procura vem crescendo por aplicações que destaquem essas marcas em meio à explosão de informações, sejam elas digitais ou não. Essa tendência se manifesta na ampliação dos projetos gráficos de comunicação que usam texturas, cores e informações segmentadas de acordo com o perfil de cada cliente. "No Brasil, uma aplicação que vem ganhando força é o envio de extratos com ofertas personalizadas para a base de clientes 'prime' dos bancos", conta o executivo.

Como reflexo dessa abordagem, os projetos de impressão comercial têm se caracterizado cada vez mais por tiragens menores, mas com maior poder de persuasão, explica Fernando Alperowitch, diretor de negócios de impressoras digitais da HP na América Latina. "Temos visto muitos projetos de impressão sob demanda. Em vez de fazer grandes estoques, as editoras da área de educação, por exemplo, imprimem diversas versões adaptadas de livros para cada faixa de público", diz o diretor.

A partir desse contexto, segundo o executivo, crescem as oportunidades para a adoção das impressoras digitais, mesmo com o custo elevado. Com o apoio de softwares que permitem lidar com bases de dados diferenciadas em um curto período, esses equipamentos são mais adequados para atender às demandas por tiragens menores e personalizadas. Da mesma forma, essas impressoras oferecem mais alternativas para o uso de cores, efeitos e texturas.

Nas impressoras analógicas, o custo para produzir as mesmas aplicações acaba tornando inviável o uso dessas máquinas. Mais indicadas para impressões padronizadas e em grande escala, as impressoras offset exigem um período maior para entrar em operação. Ao mesmo tempo, é mais difícil adaptá-las à necessidade de imprimir com velocidade versões diferenciadas de um projeto gráfico.

Além de acompanhar as novas demandas de seus clientes, outro fator vem impulsionando a procura por impressoras digitais entre os prestadores de serviços gráficos. Com aplicações de maior valor estratégico e financeiro, o segmento digital surge como uma alternativa ao concorrido mercado de impressão analógica, que oferece margens mais reduzidas de lucro.

Bar-Shany diz que a divisão tem 3,6 mil clientes em todo o mundo, com uma receita em torno de US$ 1 bilhão. No Brasil, a base instalada é de 130 equipamentos, distribuídos em pouco mais de cem clientes. "Em 2011, tivemos um crescimento de 20% no número desses equipamentos no país e de 60% no volume digital impresso", revela o executivo.

A expectativa é manter o mesmo ritmo de expansão no mercado brasileiro nos próximos anos. Parte dessa projeção está relacionada à perspectiva de aumento das ações promocionais relacionadas à Copa do Mundo e à Olimpíada.

Para acompanhar as previsões locais e globais de crescimento, a HP investiu mais de US$ 1 bilhão nos últimos quatro anos em pesquisa e desenvolvimento no segmento de impressão digital. Além de novos efeitos e versões das máquinas, um dos focos são os softwares que acompanham o equipamento. Esses sistemas são desenvolvidos internamente e por mais de cem parceiros em todo o mundo. "Os aplicativos são essenciais para colocar inteligência e rapidez nesse processo", diz Alperowitch.

No Brasil, o investimento foi superior a US$ 1 milhão nesses quatro anos, segundo a empresa. Os recursos foram aplicados em iniciativas como a ampliação da equipe de engenheiros de suporte, formação de estoque de componentes e a instalação de um centro de treinamento para clientes no país.


Veículo: Valor Econômico


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