Fabricante de balanças diversifica atuação

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Com várias décadas de tradição na fabricação de balanças no Brasil, a Toledo e a Filizola estão ampliando suas áreas de atuação, ampliando o mix. Atual líder no mercado, com faturamento de R$ 280 milhões em 2011, a Toledo começou a comercializar neste semestre quatro linhas de fatiadores de frios importadas.

"Estamos de olho nas oportunidades de mercado, além de atender a uma demanda dos nossos clientes", disse o presidente da Toledo, Paulo Haegler. O executivo se refere a mudanças da norma NR-12, que regulamenta itens de segurança em máquinas e equipamentos. Por causa das novas exigências, os estabelecimentos comerciais brasileiros estão trocando seus fatiadores por modelos mais modernos.

Haegler explica que a empresa aproveitou da fabricação já existente de uma empresa parceira da Toledo na Itália, a ABM Company SRL. Os equipamentos produzidos por ela já estão de acordo com a norma que está sendo implementada aqui.

Apesar de importar os fatiadores, a assistência técnica será feita pelos pontos de atendimento da empresa no Brasil, afirma o executivo. "Esse é um ponto muito importante para o nosso cliente".

A Toledo foi fundada em 1952, absorvendo as operações da Mettler Toledo, que atuava no Brasil desde 1930. Atualmente, a brasileira distribui alguns produtos da americana, mas a maior fatia dos produtos - a Toledo não revela a porcentagem exata - é fabricada e desenvolvida no país.

Um dos principais fatores para a liderança da empresa no mercado nacional é a diversidade de balanças, que atendem desde agropecuária até indústria e comércio. Com a atividade industrial brasileira patinando, a fatia do comércio tem ganhado importância.

Há cerca de cinco anos, açougues, padarias, supermercados respondiam por cerca de 30% do faturamento das vendas, relata Haegler. Atualmente, chegam a 45%. Esse crescimento é outra motivação importante para trazer os fatiadores, que atendem aos clientes do comércio.

Ele prevê que precisará fazer contratações: "Provavelmente vou precisar de mais equipes de vendas, mais gente para trabalhar". As novas linhas, diz, têm potencial para ampliar em 10% as vendas para o comércio, estima o executivo. A depender dos resultados, a Toledo poderá trazer outros produtos da linha chamada "gourmet".

Por seu lado, a centenária Filizola, que está em recuperação judicial desde abril, trabalha com a linha gourmet há um bom tempo. Ela vende, por exemplo, fatiadores e processadores de alimentos, e agora quer entrar em automação. É uma das estratégias para recuperar as finanças da empresa. O objetivo, segundo o presidente Paulo Coggo, será também ampliar o leque de produtos e aproveitar a nova regulamentação que passará a reger o uso de impressoras fiscais.

Além de impressoras, a empresa vai fabricar equipamentos da linha de automação que atendem pontos de venda (conhecidos pela sigla PDV), entre teclados para caixa, monitor e leitor de código de barras. Segundo Coggo, a Filizola aguarda trâmites burocráticos e deve começar a vender os novos produtos no ano que vem, com estimativa de aumentar o faturamento em R$ 35 milhões. No ano passado, a receita da empresa foi de cerca de R$ 80 milhões.

Pelo momento delicado que vive a companhia, os novos equipamentos devem ser desenvolvidos pela Filizola, mas produzidos com fabricação terceirizada. "É o caminho mais provável", disse.

Caçula no mercado de balanças no país, a Urano percebeu cedo que ampliar a oferta de produtos era uma boa opção. Fundada há 29 anos, a empresa trabalha desde 1995 com linhas de automação e desde 2007 com produtos gourmet. Para cada negócio, os sócios - entre eles o presidente da Urano, Zenon Leite Neto, e o empresário Paulo Kolling - foram abrindo empresas específicas, as quais atuam em parceria.

"Conseguimos crescer, nos últimos anos, muito em função dessa diversificação", afirma Leite. O executivo explica que foi um caminho lógico para a Urano, pois há uma tendência desde os anos 90 de os supermercados e grandes redes procurarem um fornecedor único para todas as linhas de equipamentos. "Além disso, corremos menos risco do que estar focado em um produto só".

Questionado sobre a demora de outras do setor na ampliação dos leques de produtos, Leite atribuiu o fato à cultura de negócios de cada um: "Acho que é uma questão de forma de pensar, eles [os concorrentes] queriam ficar nos produtos deles, agora viram que o mercado quer mais".



Veículo: Valor Econômico


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