O uso crescente de cartões de crédito no varejo, em substituição ao pagamento por meio de cheques ou compras financiadas por instituições financeiras, vem criando um novo cenário para os empresários varejistas que reduziram o total de provisões para cobrir a inadimplência dos clientes. A constatação é da KSI Brasil, especializada em auditoria e consultoria ao middle market (empresas de médio porte) no País, associada à britânica KS International.
"Como parte significativa das vendas de mercadorias no varejo está sendo realizada por meio de cartões de crédito ou débito, a inadimplência passou a ser um problema de bancos e administradoras de cartão, não mais das empresas de varejo", afirma Ismael Martinez, sócio-diretor da KSI Brasil, em estudo realizado pela consultoria.
O sócio-diretor da KSI Brasil cita o exemplo de uma grande empresa varejista, em cuja rede de lojas 80% das compras são feitas por meio de cartões de crédito e de débito, e os 20% restantes são pagos em dinheiro ou cheque.
Até 2006, 6,5% das vendas dessa empresa eram feitas por meio de cheques, com inadimplência média de 2,0%. Posteriormente, lançou o cartão de crédito próprio e restringiu ainda mais o pagamento com cheque nas lojas de maior inadimplência. "Hoje esta rede varejista reduziu quase a zero as perdas por inadimplência e não precisa mais realizar provisão para devedores duvidosos em sua demonstração contábil", salienta Martinez.
Veículo: DCI