A Amazon, referência mundial em varejo virtual, alcançou em 2011 receita de US$ 48 bilhões, o que representa quase cinco vezes o que todo o e-commerce brasileiro movimentou no mesmo período. Para ampliar a área de atuação, a gigante aposta na expansão em mercados emergentes e, no caso do Brasil, já possui um domínio para vendas on-line. Diante desse cenário, certos recursos utilizados pela Amazon podem servir de exemplo na competição do varejo virtual brasileiro.
Uma das iniciativas de inovação da Amazon é o sistema de recomendações personalizadas: sob o lema "uma loja por cliente", a empresa exibe produtos na vitrine baseados no histórico de navegação e compras do usuário. A tecnologia começou a ser usada em 2002, depois de um estudo aprofundado do comportamento geral de quem navega pela webstore.
Para que a recomendação da Amazon influencie na decisão de compra do usuário, é utilizado um sistema de inteligência artificial, que captura as informações, identifica estatisticamente padrões de comportamento e disponibiliza produtos considerados relevantes para cada pessoa. Além de personalizar as recomendações no próprio site, a loja também envia e-mails para cada cliente com as ofertas personalizadas.
Segundo o CEO da Chaordic, empresa especializada nesse tipo de tecnologia, João Bernartt, o sistema de recomendações é uma parte importante da estratégia do presidente e fundador da Amazon, Jeff Bezos, já que integra todas as etapas do processo de compra do site. "O mecanismo utiliza vários fatores como a quantidade de usuários e visitas, pageviews, e compras para tornar a experiência de comércio on-line única. A intenção do sistema é propiciar uma experiência focada no consumidor, em que ele tenha acesso constante a produtos recomendados de acordo com o seu momento de compra."
Recentemente, a Amazon lançou seu site oficial em português, disponibilizando aos usuários da internet mais de 1,4 milhão de obras digitais, além do leitor de livros eletrônicos Kindle. Visualizando a chegada da gigante do e-commerce, varejistas on-line, como Saraiva e Nova Pontocom (detentora das lojas Casas Bahia, Ponto Frio e Extra), resolveram adotar sistemas de recomendação personalizada. Ambas oferecem hoje vitrines específicas com ofertas personalizadas aos seus usuários, baseado no histórico de navegação e de compra.
Entre as soluções de recomendações personalizadas disponíveis no Brasil, a mais adotada é a da Chaordic. A empresa, que é especializada no tema, oferece desde 2009 um sistema de inteligência artificial para as principais lojas virtuais do país, inclusive a Saraiva e a Nova Pontocom. A solução foi desenvolvida para melhorar a experiência de compra das pessoas, o que, conseqüentemente, resulta em aumento de vendas. No total, já gerou 1 bilhão em vendas aos atuais clientes.
A disputa de mercado entre a gigante americana e os competidores nacionais pode proporcionar um efeito saudável para o mercado.
Veículo: Diário do Comércio - MG