Buscapé vai finalizar vendas no próprio site

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Desde 1998, quando foi criado, o Buscapé passou por etapas que levaram seus negócios muito além do site de comparação de preços que deu origem à empresa. Há atualmente 13 companhias de internet sob o guarda-chuva da Buscapé Company. De meios de pagamento digital a negócios de publicidade on-line, elas se relacionam de alguma forma com a primeira empresa. O Buscapé antecipou ao Valor mais uma mudança ligada ao negócio de comparação que anuncia hoje.

Além de preços e produtos, o site do Buscapé vai passar a comparar o valor do frete de mercadorias. Também será possível concluir compras no próprio site, sem a necessidade de ir até a página da varejista que está vendendo o produto, como acontecia até então. As novas ferramentas estarão disponíveis a partir de hoje.

"A comparação de valores de fretes era algo que estava no nosso horizonte desde a criação do Buscapé", disse Romero Rodrigues, fundador e executivo-chefe da companhia, em entrevista ao Valor. Do ponto de vista tecnológico, no entanto, não era possível oferecer tal nível de detalhe à época. Agora, a companhia conseguiu desenvolver a ferramenta que, em segundos, vai até o site da varejista e captura informações sobre o frete.

A diferença no valor do frete, dependendo da região do país onde o consumidor está, é um dos fatores que o leva a considerar essa comparação valiosa, disse Rodrigues, citando pesquisas feitas pelo Buscapé. Em 2012, o valor total pago pelo frete de produtos comprados on-line foi de R$ 1,2 bilhão, de acordo com a consultoria e-bit. O preço médio do frete foi de R$ 30,38.

A expectativa de Rodrigues é que, com a comparação dos preços de entrega do produto, melhore a taxa de conversão de cliques em compras efetivas. "Hoje, o consumidor clica no anúncio e só então pode calcular o frete. Com essa informação previamente disponível, ele só vai clicar no que realmente achou vantajoso", afirmou. O Buscapé estima uma queda de 20% no número de cliques em anúncios após o lançamento da ferramenta. Essa diminuição, porém, será compensada por um aumento de 25% no volume de vendas, segundo calcula o executivo.

Com a ferramenta que permite finalizar a compra no próprio site do Buscapé, o objetivo da companhia é diminuir o número de etapas pelas quais o consumidor tem de passar até terminar o processo. "Cada varejista pede um tipo de informação e tem páginas diferentes. Nesse caminho, o consumidor pode se perder e desistir de comprar", disse Rodrigues.

Inicialmente, 1.070 varejistas vão integrar suas lojas virtuais ao Buscapé, entre elas Submarino, Ponto Frio, Casas Bahia, Americanas e Walmart. Em maior ou menor grau, essa integração exigiu das companhias uma adequação tecnológica e, por isso, as grandes redes foram as primeiras a compor essa lista. Até o fim de maio, entretanto, Rodrigues espera que esse número aumente para 20 mil. No total, 50 mil companhias são parceiras do Buscapé para que seus produtos apareçam no site de comparação.

A chegada ao Brasil de competidores como o Google - que em outubro de 2012 lançou o comparador de preços Google Shopping no país - não foi fator decisivo para que o Buscapé investisse nas duas novas ferramentas, segundo Rodrigues. "É claro que é um diferencial em relação aos concorrentes, mas não foi o que nos motivou. Começamos a planejar isso em 2008, quando adquirimos a Pagamento Digital (atual BCash)", disse o executivo. Para conseguir finalizar as compras em seu site, era fundamental que o Buscapé tivesse uma empresa de pagamento on-line.

Apesar de estar nos planos da companhia, o desenvolvimento de um carrinho de compras digital que permita encomendar produtos de várias lojas e pagar em uma única transação é uma mudança que vai ficar para uma etapa posterior. "Essa é uma das melhorias que estamos trabalhando, mas que não estará disponível nessa primeira versão", afirmou.



Veículo: Valor Econômico


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