Brasil se prepara para assumir 4º lugar do segmento virtual

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O potencial do varejo on-line (e-commerce) é tanto no Brasil que com base em projeções feitas pela consultoria Translated - especializada em pesquisas - é possível dizer que até 2016 o País pode chegar a ser o quarto mercado de maior representatividade no segmento virtual. Segundo o estudo, o mercado nacional vai ultrapassar o tamanho da França, do Reino Unido e da Alemanha nos próximos anos.

A pesquisa, intitulada "T Index", apontou também que o Brasil fechou 2012 com 3,1% do movimento mundial feito pela Internet. Com essa participação, o País figura em sétimo no ranking global, à frente da Rússia, na oitava posição, da Coreia do Sul, na nona, e da Itália, na décima. Os primeiros da lista são os Estados Unidos, a China e o Japão.

E é nesse potencial que o Mercado Livre - principal provedor de soluções em tecnologia de e-commerce para pequenos e médios empresários - se apoia para desenvolver novos negócios. Como um dos maiores entraves do setor está relacionado à logística falha dos players que atuam no segmento, fato este que já levou sites como os da Companhia Global do Varejo (B2W) -Americanas.com e Submarino- a saírem do ar por três dias, o grupo criou o Mercado Envios, em parceria com os Correios.

Segundo Stelleo Tolda, vice-presidente-executivo de Operações do Mercado Livre, a intenção com o novo sistema, além de agregar novos serviços aos empreendedores do ambiente virtual, é ajudá-los a aumentar o volume de transações feitas pelo site.

"Em nosso 'dúvidas frequentes' a logística é o que mais preocupa o consumidor na hora de fechar o negócio. Assim, resolvemos investir nesse nicho para dar maior comodidade tanto ao vendedor do Mercado Livre quanto ao consumidor", afirmou o executivo, que completou: "Com o novo sistema queremos melhorar a experiência de venda e compra em nosso site".

A empresa responsável por 55% das compras on-line da América Latina, segundo pesquisa da comScore, disse que a escolha dos Correios para esse novo projeto se deve, em primeiro lugar, à quantidade de remessas feitas pela empresa, e em segundo, por estarem presentes em todo o território nacional, conforme afirmação de José Furian Filho, vice-presidente de Negócios dos Correios.

"Estamos presentes nos 1.565 municípios brasileiros e sempre olhamos para o setor de compras via Internet como um bom mercado para atuar", disse. Ainda segundo o executivo, enquanto as operações de carga apresentaram queda nos últimos anos, as encomendas têm despontado para os Correios. "Além do crescimento do serviço para nossa operação, podemos futuramente pensar em criar novos negócios voltados a esse mercado", enfatizou ele.

Os Correios já têm o e-Sedex - remessa expressa de mercadorias de até 30 quilos adquiridas por meio do comércio eletrônico; com a nova parceria, a expectativa é que a empresa conseguirá criar novos projetos para atender à demanda crescente do e-commerce no mercado brasileiro. "Ao entendermos melhor como funciona o setor, podemos desenvolver novos serviços voltados a esse nicho de mercado", disse Furian.

Ambos os empresários, quando questionados sobre as greves que os funcionários dos Correios promovem ao longo do ano - em que reivindicam melhores condições de trabalho e salariais - afirmaram que, caso isso ocorra, existe a possibilidade de fechar novas parcerias em logística.

"Os Correios não é a única empresa a prestar esse tipo de serviço logístico. Pode ser que tenhamos novos parceiros para o Mercado Envios", argumentou Helisson Lemos, diretor-geral do Mercado Livre.

Novos mercados

Há poucos dias no ar, o Mercado Envios já conseguiu vendedores para aderir à iniciativa. "O sistema já está no ar, e nesse meio-tempo já tivemos a adesão de 500 vendedores do Mercado Livre", afirmou Lemos . O número ainda é pequeno frente aos 134 mil usuários que utilizam a empresa como fonte de renda, mas a expectativa da empresa é que isso será aceito por todos os pequenos empresários que utilizam a plataforma para realizar vendas. "Estamos otimistas com esse novo serviço", enfatizou Stelleo Tolda.

Outro mercado visto com bons olhos pelos executivos é o de compras pelo celular, ou mobile commerce. Atualmente, para o Mercado Livre esse nicho representa 5% do volume total de transações efetuadas pelo site, que está na casa de US$ 1,4 bilhão.

Além disso, os empresários afirmaram estar atentos a outras operações do grupo, que está presente em 13 países. No Mercado Pago, plataforma de pagamentos via Internet, a empresa firmou parceria recentemente com a rede supermercadista norte-americana Wal-Mart. As compras efetuadas na operação brasileira utilizam o sistema do Mercado Livre.

A empresa não menciona o quanto tem sido gasto com os novos projetos, tampouco o quanto pretende lucrar, disse apenas que os investimentos só em novas tecnologias correspondem a cerca de 7% da receita, que no terceiro trimestre de 2012 foi de US$ 97,3 milhões



Veículo: DCI


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