'Débito virtual’ vai admitir conta de luz e fatura de cartão

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Ainda restrito a boletos de cobrança, DDA é um desconhecido para maioria dos clientes pessoas físicas de bancos

O Débito Direto Autorizado (DDA), também conhecido como boleto virtual, passará a aceitar, até o fim do ano, o pagamento de contas de concessionárias (luz, telefone, gás), faturas de cartões e prestação de seguros. A medida pode ajudar a conquistar as pessoas físicas a usarem o sistema,hoje ainda distantes do produto. Segundo a Câmara Interbancária de Pagamentos,87%dos boletos virtuais são pagos por empresas.

“É um meio de pagamento relativamente novo, ainda está em consolidação.Os bancos estão monitorando constantemente e revisando processos. Com a inclusão de outras contas,o instrumento ganha potencial”, acredita José Antônio Nobre, gerente executivo da diretoria comercial do Banco do Brasil. Lá, já passaram 180 milhões de cobranças por meio do DDA desde que foi lançado.O banco está redobrando esforços para convencer mais clientes pessoas físicas a usarem o DDA, diz Nobre.

Lançado em2009 como objetivo principal de reduzir custos do atendimento em agências bancárias, onde muita gente, inclusive não-correntistas - como “office boys”de empresas -, ainda vai enfrentar filas para pagar contas pessoalmente, o DDA está demorando mais do que o desejado para deslanchar. O próprio Banco Central admitiu, em estudo publicado há dois anos, que o uso do sistema estava “aquém do esperado”. E o diagnóstico era claro: culpada restrição de documentos aceitos.

Quatro anos depois, a preocupação com o corte de custos aumentou muito mais do que a adesão ao DDA, que ainda hoje não representa nem um terço do smais de dois bilhões de boletos de cobrança registrados que os bancos recebem anualmente, segundo informa Walter de Faria, diretor adjunto de serviços da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Os números da entidade, relativos a 2012, mostram 674 milhões de boletos virtuais, e 8,48 milhões de sacados registrados - correntistas que aderiram ao DDA. Em 2013, segundo a CIP, 770,50 milhões de boletos foram pagos via DDA até 27/5.

Como o meio de pagamento interessa muito ao sistema – além de corte de custos, reduz riscos de fraudes -, a Febraban vem constantemente monitorando e procurando adicionar funcionalidades ao DDA, diz Faria. Uma delas foi introduzida em março do ano passado: a possibilidade de pagar boletos já vencidos.Até então, o pagamento só podia ser feito na agência do banco emissor.

No Itaú, a adesão ao DDA pelos clientes pessoa jurídica cresceu 95% na comparação do 1º quadrimestre de 2013 em relação ao mesmo período de 2012, informou o banco. Entre 2011 e 2012, a evolução havia sido de 50%. Um dos motivos que justificam esse crescimento maior foi, exatamente, a inclusão do serviço de pagamento de boletos vencidos.

“O DDA custa a pegar entre as pessoas físicas porque não há vantagens claras oferecidas aos clientes”, diz Gustavo Roxo,vice-presidente da consultoria Booz & Co. Ele lembra que, na Europa, por exemplo, o sistema é compulsório -mas isso somente seria viável no Brasil quando houvesse um índice de bancarização acima de 90%. Hoje, está em pouco mais de 50%.

O Santander informou que tem atualmente uma carteira de 880 mil DDAs ativos. Para o banco, pelas vantagens - praticidade, segurança e sustentabilidade coma economia de papel -, a tendência é positiva. O banco vem trabalhando em ações de incentivo ao cadastramento de DDAs de seus clientes desde 2012. Nobre, do BB, também diz que essa é prioridade no banco também, que vem trabalhando principalmente na adesão de clientes.

A adesão ao DDA auxilia, ainda, na redução de custos das empresas que emitem boletos, já que elimina impressão e postagem. O Itaú estima que seus clientes economizaram cerca de 40 milhões de folhas impressas em 2012.



Veículo: Brasil Econômico


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