O Google lança no Brasil o plano global de vendas por meio de parceiros de seus programas de escritório acessado pela internet, o Google Apps. A estratégia, anunciada nos Estados Unidos há duas semanas, que vale para as vendas a empresas, começou sendo testada na América Latina no último ano. No Brasil, a Spread foi uma das pioneiras, comercializando os aplicativos e serviços relacionados.
O pacote Google Apps - que combina programas de mensagens (o e-mail Gmail, mensagem instântanea Gtalk), colaboração (vídeo), segurança da informação e de conformidade com a regulação - concorre diretamente com o Office, da Microsoft. A diferença é que os usuários da Google não precisam instalar software em seus computadores, tendo acesso aos recursos pela internet como se fossem serviços, de acordo com o conceito de "computação em nuvem" (cloud computing, em que a nuvem representa a web). A própria Microsoft, líder absoluta nesse segmento, se rendeu à tendência e atualmente possui versões on-line de seus softwares.
Também a IBM anunciou na última semana o LotusLive, um novo portfólio de programas de colaboração e rede social oferecidos como serviço.
Segundo o diretor de vendas corporativas para a América Latina do Google, Clifton Ashley, atualmente há cerca de 1 milhão de empresas que baixaram o Google Apps e 10 milhões de usuários ativos em todo o mundo, que acessaram algum programa na última semana. O ritmo de adoção é de 3 mil empresas por dia, diz.
Com a venda por meio de canais indiretos, a empresa espera acelerar a entrada de novos clientes. O Google Apps permite a cada usuário a usar 250 GB de capacidade de armazenamento de dados e já está sendo vendido por 50 canais.A estratégia de vendas indiretas prevê que o parceiro receba 20% do valor da licença anual, cujo custo é, nos Estados Unidos, US$ 50 por usuário. "E é uma receita recorrente", diz Ashley. "É uma oportunidade que aparece uma vez numa vida, para um canal, pegar uma nova plataforma chegando ao mercado. E de uma marca forte como o Google, sobre a qual não é preciso explicar para as pessoas o que é."
Qualquer empresa interessada em vender o Google Apps pode se registrar pela internet gratuitamente. "Temos apenas uma série de requisitos, como por exemplo possuir crédito. Não estamos interessados em que uma empresa constituída por duas pessoas e um cachorro, mas se elas quiserem prestar serviços relacionados, como migrar do Lotus [e-mail da IBM], não há problema. Eles só não venderão os programas", afirma.
O parceiro precisa também fazer pelo menos uma venda, que traga ao menos 24 usuários. As revendas focadas em atingir empresas com mais de 250 usuários entrarão em uma categoria especial, com um relacionamento diferenciado com o Google. Um portal servirá como canal de treinamento dos parceiros.
Veículo: Gazeta Mercantil