Dito utiliza informações "abertas" pelo usuário nas redes
Thaíne Belissa
Uma bela propaganda em uma página de revista ou um comercial em horário nobre da televisão. Foi-se o tempo em que esses eram os principais meios para se divulgar uma marca e convencer o consumidor a comprar determinado produto. No mundo conectado, as empresas investem cada vez mais no marketing on-line e em estratégias que permitem o diálogo direto e rápido com seu cliente na internet. Dentro desse contexto, as redes sociais surgem como uma poderosa ferramenta muito explorada pelas startups.
Fundada há cinco anos, a startup mineira Dito é pioneira e uma das líderes no Brasil na oferta de monitoramento dos interesses dos consumidores por redes sociais. Por meio de uma plataforma, a empresa consegue entender o comportamento do usuário, identificando os tipos de anúncios que ele curte no Facebook, a cidade onde mora, os links que compartilha e até eventos de seu cotidiano. Essas informações podem ser úteis para identificar o perfil do consumidor e, a partir disso, desenvolver ações diretas para ele.
O CEO da Dito, André Fonseca, explica que esse monitoramento é feito com as informações abertas e autorizadas pelo usuário. O público dessa ação são pessoas que curtiram a página no Facebook da marca, baixaram o aplicativo dela ou fizeram algum cadastro no site da empresa. Dessa forma, Fonseca frisa que não é uma espionagem, mas uma ação voltada para um público que já demonstrou algum interesse pela marca ou empresa em questão. "A rede social ajuda a entender as pessoas e a plataforma usa isso para interpretar o comportamento desse consumidor e criar oportunidades de vendas e de fidelização do cliente", explica o CEO.
Estratégia - Apesar de ser direcionada a alguns usuários específicos, a ação nas redes sociais acaba atingindo muito mais pessoas por meio dos compartilhamentos. E esse é um dos objetivos da Dito: ampliar a propaganda boca a boca, utilizando os próprios clientes como estratégia de divulgação. "O usuário que compra o produto de determinada empresa e o recomenda tem uma força muito maior do que qualquer anúncio que fizermos", destaca Fonseca. Para garantir isso, a plataforma sugere aos seus usuários o compartilhamento do produto que ele consumiu por meio de um e-mail, por exemplo. "Podemos mandar uma mensagem sugerindo que ele conte aos amigos a experiência que teve ou solicitando que dê sua opinião sobre determinado produto", explica.
A fidelização do cliente é outro importante benefício da utilização da plataforma da Dito. Como se conhece o perfil do cliente, a empresa pode fazer constantes sugestões que agradam o consumidor e o mantém ligado à marca. "Um exemplo é o trabalho que fazemos para uma empresa que vende ingressos. Se vimos que o cliente dela curtiu um filme que foi lançado em outro país, guardamos essa informação e, quando o filme for lançado no Brasil, mandamos uma sugestão para que ele compre o ingresso no cinema", explica. Fonseca acredita que, dessa forma, a empresa garante um atendimento mais pessoal aos seus clientes mesmo não se relacionando fisicamente com eles. "Eles não são uma loja física, mas podem atender bem e de forma direcionada usando a tecnologia", completa.
Mesmo com poucos anos de história, a Dito já conquistou 45 clientes por todo o Brasil, entre eles grandes empresas como TIM, Fiat e MRV. De acordo com o CEO da empresa, a maior parte dos clientes estão em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Só em 2012, a startup cresceu 80%, faturando R$ 1,8 milhão. A expectativa para este ano é dobrar o número de clientes e faturamento, chegando a R$ 3,6 milhões. "A rede social trouxe algo interessante que é a interação entre os amigos. Quando a gente consegue trazer isso para dentro da marca é muito interessante. O compartilhamento de informações entre amigos tem um peso muito maior do que qualquer anúncio na internet", conclui.
Veículo: Diário do Comércio - MG