Impressão 3D une artistas a grandes redes de varejo

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Fabricante de brinquedos Hasbro faz parceria para imprimir peças criadas por fãs e inspiradas em Meu Pequeno Pônei

 




Em um futuro não muito distante, impressoras 3D poderão fornecer ao público um armário inteiro de roupas, além de carne, mobília e, até mesmo, órgãos humanos.Ainda não chegamos a esse ponto. Mas grandes marcas e cadeias de varejo estão começando a explorar o mundo da impressão 3D.

Uma das primeiras empresas interessadas é a Hasbro, que anunciou algumas semanas atrás uma parceria com a Shapeways, companhia de impressão 3D, para imprimir peças de arte criadas por fãs e inspiradas em sua linha de brinquedos My Little Pony (Meu Pequeno Pônei)."O que a impressão 3D realmente possibilita é a criação de arte que talvez não faça sentido produzir em massa, mas que faria sentido como item individual", disse John Frascotti, vice-presidente de marketing da Hasbro.

Para esse projeto, que Frascotti definiu como "personalização em massa", a empresa começou com cinco artistas cujas obras estão disponíveis para encomenda on-line e são impressas em um polímero plástico colorido.Os designs precisam ser aprovados pela Hasbro para garantir que não sejam obscenos, violentos ou promotores do ódio, mas, excetuadas essas ressalvas, os artistas terão liberdade. Até mesmo os preços das peças são estabelecidos pelos artistas.

A Hasbro espera que a parceria venha a atrair mais artistas, envolver outros produtos e novos materiais, já que a Shapeways imprime usando qualquer material, como ouro para joias e cerâmica.

RISCO DE ROUBO


O advento da impressão 3D criou imenso potencial de vendas, mas também oportunidades de roubo, especialmente de propriedade intelectual. Por que sair e comprar uma boneca quando você pode imprimi-la? Mas, em vez de controlar vigorosamente o uso de seus personagens, a colaboração entre Hasbro e Shapeways pode estender o alcance das marcas registradas da empresa.

"Em lugar de tentar proibir, eles estão permitindo, e acho isso excelente", disse Peter Weijmarshausen, presidente-executivo da Shapeways. "Incorporar essa nova tecnologia é bom para todos. O usuário final fica feliz porque recebe o que deseja, e nós não precisamos entrar em disputas."

Embora impressoras 3D sejam no geral novidade para o público, o varejo e outras empresas vêm usando a técnica há anos, nos bastidores. A Target conta com algumas impressoras 3D em sua sede nos EUA. Elas têm o tamanho de uma geladeira grande e são usadas pela equipe de design da companhia para criar protótipos.

A Target não vende impressoras 3D, mas um porta-voz da companhia afirmou recentemente que esta é uma área que ela está "monitorando ativamente". Outros grupos de varejo decidiram recentemente vender as impressoras direto ao consumidor. A Home Depot vende impressoras 3D da MakerBot em seu site, já há meses, e no trimestre passado anunciou que começaria a vendê-las em suas lojas em algumas poucas grandes cidades.

As impressoras, que usam como material de impressão um plástico à base de milho, têm preço inicial de US$ 1.375 (cerca de R$ 3.600). As impressoras 3D de uso caseiro em muitos casos têm tamanho semelhante ao de um forno de micro-ondas e podem ser usadas para produzir itens como acessórios de moda, utensílios caseiros e peças de reposição.

O Walmart já começou a avaliar o potencial de uma impressora 3D.

Na inauguração de diversas lojas de sua marca Sam's Club neste ano, impressoras 3D oferecerão brindes aos consumidores: depois de terem seus rostos digitalizados, máscaras em resina de seus rostos podem ser aplicadas a um boneco de ação de um personagem da Marvel.

Sucharita Mulpuru, analista da Forrester Research, declarou que muitas dessas incursões do varejo à impressão 3D giram mais em torno de "novidade e empolgação" do que de uma mudança séria de modelo de negócios.

Tradução de PAULO MIGLIACCI



Veículo: Folha de S. Paulo


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