Carteiras eletrônicas viram tendência e já ganham novas funções no Brasil

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                              Interação com transporte público e e-commerce são alguns dos serviços vinculados à tecnologia; bancos olham para segmento com mais atenção, e Bradesco e BB lançam solução conjunta



São Paulo - Encaradas como o futuro do comércio digital, as carteiras eletrônicas, também conhecidas como mobile walllets, entraram de vez no radar de grandes empresas. O movimento deve popularizar o serviço, permitindo que os players que já atuam no setor ofereçam novas funções.

É o que acontece no caso da Zuum, carteira digital fruto de uma join venture entre Vivo e MasterCard. Em parceria com a Associação Mato-grossense dos Transportadores Urbanos (MTU), a empresa passou a permitir que os usuários do transporte público de Cuiabá efetuem recargas através do wallet.

"Quem tem o aplicativo pode transferir créditos para qualquer cartão TEM [o cartão magnético utilizado nas catracas]", explica o diretor de marketing da empresa, Eduardo Abreu, que acredita que o modelo pode ser replicado em outras localidades.

A tática da Zuum, que opera desde o final de 2014, é crescer através da população não bancarizada brasileira - quase 40% dos habitantes, segundo levantamento do Instituto Data Popular.

"Estamos tentando efetuar uma mudança de hábitos, criar um entendimento que não precisa pegar uma fila para fazer algo que pode ser feito no celular", explica Abreu. Segundo o executivo, o número de transações realizadas através do aplicativo da Zuum dobram a cada mês.

Transporte

Integrar o transporte público às carteiras digitais não é algo inédito. A espanhola Seglan já faz algo semelhante na cidade de Madrid, mas utilizando a tecnologia NFC (Near Field Communication), que permite a troca de informações através de aproximação. Representante da companhia no Brasil, a Seglan América já estuda trazer o modelo para o País.

"O que propusemos é o uso da carteira eletrônica como substituto da carteira", explica o diretor de vendas e fundador da representação brasileira, Rodrigo Borges. "Podemos colocar cartões de crédito e débito, cupons de milhagens, cotas de transporte, tudo dentro do celular, sem a necessidade de carregar uma infinidade de coisas", completa. Por enquanto a atuação da empresa ocorre através de parcerias, como a firmada com a operadora de cartões Brasil pré-pagos.

O executivo admite, entretanto, que ainda há insegurança por parte do usuário quanto aos wallets. "É um mercado muito novo", avalia.

"Cada empresa que lança uma solução acaba criando um modelo de negócios próprio, o que acaba fazendo uma confusão na cabeça do cliente. Mas a partir do momento que grandes empresas começam a atuar no setor, se gera um conhecimento maior. É algo promissor para o negócio", declarou Borges ao DCI.

Bancos

Enquanto a Apple Pay não inicia suas operações no Brasil - a chegada depende da assinatura de parcerias com bancos - as instituições financeiras se movimentam para não ficarem para trás no mercado dos wallets. Uma das iniciativas é o início das operações da Stelo, vinculada ao Banco do Brasil e Bradesco. "Queremos oferecer simplicidade em operações com cartão não-presente", explica o presidente da companhia, Ronaldo Varela.

A Stelo vai operar através de parcerias com e-commerces, permitindo que seus usuários efetuem compras nas lojas cadastradas sem necessidade login. As transações serão debitadas da conta corrente, mas em breve a vinculação à mesma não será mais necessária.

Outra grande empresa que já opera nesse setor, ainda que não no Brasil, é a Ericsson. Junto a Associação Nacional de Bancos do Peru (Asbanc), a empresa passou a oferecer um novo canal bancário que leva o dinheiro móvel para a população não bancarizada do País - a iniciativa pretende incluir 2,1 milhões de pessoas no sistema bancário até 2019

Para o diretor de marketing da Ericsson na América Latina, Jesper Rhode, o mercado ainda deve passar por grandes transformações. "Os players estão na fase inicial. Hoje, as empresas só efetuam uma facilitação de processos já conhecidos. A tendência é que as empresas que cobram tarifas para intermediar processos sejam eliminadas", conjectura Rhode.


Veículo: Jornal DCI


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