Com foco em impulsionar as vendas pelos canais digitais, o setor de farmácias investe em sistemas de autoatendimento ao cliente e softwares baseados em inteligência artificial. Entre as apostas, estão ferramentas de chatbot especializadas em intermediar o comércio de medicamentos em plataformas online.
Um dos exemplos de sistemas inteligentes voltadas para esse setor é o ChatApp Benie, desenvolvido pelos empresários Marcello Braga e Evandro Campos. “Entendemos que muitas vezes a interação do paciente com esse mundo ainda é muito complicada”, afirma.
Ele explica que o sistema de chatbot – também conhecido como assistente virtual – recebe as solicitações de atendimento pela própria página do Facebook da ferramenta Benie. Com isso, ao receber o pedido do consumidor via chat da rede social, o sistema informa os estabelecimentos farmacêuticos mais próximos à localização do usuário.
“Realizamos um leilão sobre a disponibilidade do produto. Os fatores determinantes sobre quem vai assumir o pedido são o preço, área de cobertura de entrega da farmácia e qualidade nos serviços de delivery”, explicou Campos, lembrando que o pagamento é feito no próprio chat por meio do cadastramento do cartão de crédito do usuário.
A cada negócio fechado na plataforma, a iniciativa retém – em média – 3% do valor final da compra. Porém, Campos explica que esse percentual varia com frequência, levando em consideração os “picos” de demanda durante determinados períodos do dia.
Além disso, o empresário afirma que o foco atual da iniciativa é atender de modo “gradativo” cada vez mais uma base de 27 mil farmácias no Brasil – vinculadas à rede farmacêutica ePharma.
“Lançamos há um mês e o sistema está funcionando no Rio de Janeiro. Até o ano que vem vamos expandir para São Paulo e a região Sul do Brasil”, afirmou Campos, que também mencionou o objetivo de atender 100 mil pedidos mensalmente até o final de 2018.
Inteligência Artificial
Também voltada para o comércio eletrônico de artigos farmacêuticos, a plataforma online Netfarma vai investir cerca de R$ 20 milhões em softwares de análise comportamental do fluxo de seus consumidores. A nova ferramenta sugere produtos relacionados às suas buscas, cliques e compras na jornada do usuário.
De acordo com o CEO da empresa, Walter Cardozo, os aportes resultarão em um aumento de “aproximadamente” 30% em termos de volume de venda, e cerca de 60% no que diz respeito à receita.
“Os investimentos em inteligência artificial têm por principal objetivo aprimorar a experiência dos clientes, através da maior assertividade no mix de ofertas, assim como maior agilidade na interação, gerando entre outras coisas um aumento da eficiência operacional”, afirmou o executivo.
Além disso, Cardozo diz que esses aportes transformarão o modelo de atuação do e-commerce – operando também como uma plataforma de marketplace. “Certamente, resulta em maior eficiência da plataforma, e ao integrar a estratégia de marketplace também contribui para a diversificação do negócio. Por meio de machine learning e big data, conseguimos extrair esses dados e transformá-los em informação relevante para engajar clientes e ampliar as oportunidades de negócio do e-commerce”, complementa o executivo.
Atualmente, a plataforma tem um portfólio que envolve mais de 12 mil itens.
Fonte: DCI