Carrefour almeja comércio eletrônico

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O carioca Ney Santos está à frente de um projeto que promete transformar a atuação da rede francesa Carrefour no Brasil. Numa velocidade de 10 lojas a cada 15 dias, o executivo da área de tecnologia da informação (TI) pretende trocar por completo, até março de 2010, o sistema de gestão desenvolvido internamente pela rede há mais de 10 anos, por um da também francesa Aldata, especializada no setor de varejo. "Só não terminamos o processo no fim do ano porque entre novembro e dezembro não dá para parar uma loja para treinar funcionários", explica Santos.

 

O objetivo da companhia com a mudança de sistema é dar mais agilidade e facilitar a integração entre as diferentes unidades de negócio do Carrefour, algo muito difícil de ser feito com os diversos sistemas desenvolvidos com o passar do tempo para organizar diferentes atividades. "É como querer construir um prédio de 20 andares em cima de uma casa de 3. Não dá para fazer com a mesma base. Você precisa derrubar e começar de novo com uma base forte, senão o prédio cai", diz o executivo, que até abril de 2008 era responsável pela área de TI do Pão de Açúcar. No Carrefour ele tem sob seu comando 60 profissionais divididos em três áreas: infraestrutura de TI, processos e escritório de projetos.

 

A atualização do software de gestão caminha em paralelo com uma mudança na maneira de acessar os programas. Um total de 165 unidades entre hipermercados, lojas de bairro e de atendimento expresso do Carrefour passarão a usar o sistema pela internet a partir do centro de dados da companhia dentro da IBM, na cidade de Hortolândia, interior de São Paulo. A conexão será feita por meio de "thin clients" ou de computadores de mesa alterados para apenas acessar informações na rede. Outros aplicativos, como sistema operacional e planilhas eletrônicas também serão acessados à distância.

 

Outra aposta do Carrefour é na análise de dados de vendas e a criação de perfis de consumo por meio de ferramentas de inteligência de negócios, ou business intelligence (BI). Mas a rede varejista não comprou nenhum software novo para fazer isso. O processo é feito usando o conceito de software como serviço (SaaS). As informações são enviadas do banco de dados do Carrefour para o de outra companhia francesa, a Numsight. Lá, estatísticos fazem diversas análises e criam modelos que ajudam a rede a tomar decisões levando em conta as características dos consumidores de cada loja. Tudo é acessado pela internet e com o pagamento de uma tarifa mensal que é calculada levando em consideração o número de lojas e o nível de personalização dos relatórios gerados.

 

Aguardada por todo o mercado, a entrada do Carrefour no comércio eletrônico é o terceiro dos principais projetos em desenvolvimento pela área de TI. "Não é só criar um site. Logística, relacionamento entre unidades da empresa e atendimento ao cliente, entre outros processos, precisam ser adaptados. É uma operação que começa do zero", diz Santos. O site está previsto para entrar no ar no primeiro semestre de 2010 e fará uso de sistemas que permitem a formação de preços e a criação de campanhas de marketing de maneira automática, levando em conta a navegação dos internautas e o estoque da loja.

 

Veículo: Valor Econômico


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