O desenvolvimento de produtos para pequenas e médias empresas deve ser o motor de crescimento da MasterCard no País. Para a empresa, há um grande potencial de desenvolvimento nessas áreas, tanto localmente como em nível mundial.
Para o diretor mundial de Produtos Corporativos da empresa, Steve Abrams, enquanto as instituições financeiras ainda não sabem como alcançar as empresas médias, no segmento de microempresas ainda há todo um mercado a ser desenvolvido. "O middle é provavelmente o mercado com menor penetração. Não são pequenas, porém os bancos não podem manter a mesma estrutura que têm para uma grande companhia". "Para uma grande", compara ele, "dou um exemplo: o banco pode manter um gerente de contas só para ela, o que não acontece com a média."
"É um segmento com grandes possibilidades. No Brasil, visitei alguns bancos e a pergunta que mais ouvi foi 'como podem me ajudar a entrar nesse nicho'?" "Fizemos muita pesquisa em diversos países", apressa-se a responder, "porém o melhor produto pode não ser a melhor solução". "Um erro muito comum das empresas é não adaptar seu portfólio às necessidades locais. Nós já temos o produto, mas é preciso conversar com nossos consumidores para adequá-lo às especificidades locais", diz.
Ainda segundo ele, há muita demanda das instituições por produtos de apoio, como material de treinamento e melhores práticas, além de produtos.
Em relação aos micronegócios, Abrams diz que a intenção da empresa é investir no Brasil. Ele diz que a MasterCard identifica no mundo, atualmente, duas regiões com grande potencial de crescimento: A América Latina e Caribe e a chamada APMEA, que compreende Ásia, Pacífico, Oriente Médio e África. "O Brasil está no topo desta lista", garante. As outras prioridades na América Latina são México, Chile, Colômbia, Panamá e Costa Rica.
Segundo ele, Estados Unidos e Europa já são mercados maduros e consolidados, o que levaria as grandes oportunidades aos chamados países emergentes.
Para expandir seus negócios no segmento de micro e pequenas empresas, a companhia procurou primeiro conhecer o setor. "Descobrimos muito das necessidades desse segmento com esse levantamento", diz o vice-presidente de Soluções de Pagamento Corporativo, Paulo Fernandes. "A grande parte desses negócios tem um empregado e receita anual entre US$ 20 mil e US$ 50 mil."
Além disso, completa o diretor mundial Abrams, há cerca de 2 milhões de micronegócios registrados no País, "e talvez 30 ou 40 informais". "Há uma grande oportunidade, nessas empresas, de converter suas transações em cheque e dinheiro em meios de pagamento eletrônico."
O levantamento mostra ainda que 67% das empresas no País utilizam dinheiro como o principal meio de pagamento, contra 51% a fazê-lo no Chile.
O uso de cartão corporativo nesses pequenos empreendimentos, no Brasil, é de 13%, de 2% no México e de 9% na Costa Rica.
A empresa também estuda novos produtos para esta região, como um cartão de descontos já em uso nos Estados Unidos e no Reino Unido. "Assim que se dá o débito do cliente na loja, uma porcentagem do valor volta na forma de crédito para ele", explica.
Crise
Segundo Abrams, um dos efeitos da crise nas empresas foi o aumento do uso dos produtos de débito, em detrimento do crédito. "O pequeno negócio começou a mudar as despesas do dia a dia para produtos de débito, preservando o crédito para um momento em que se necessite de um investimento maior, como a compra de um novo computador", explica o executivo.
Ainda segundo ele, durante a recessão, o tíquete médio caiu, mas o número de operações aumentou. "Isso nos diz que, quando esses negócios saírem da recessão, o número de transações irá se manter, porém o valor médio irá crescer e elevar os gastos dos pequenos negócios", afirma.Haverá um aumento de investimentos, continua, e por extensão irão precisar das linhas de crédito.
Veículo: DCI