O Walmart Brasil, terceira maior rede de supermercados do País, e o cartão Hipercard, do Itaú Unibanco, acabam de fechar uma parceria para turbinar as vendas do último trimestre com cartão de crédito.
Só neste mês, o Hipercard vai despejar R$ 23 bilhões de crédito no cartão, R$ 6 bilhões a mais que no mesmo mês do ano passado, para impulsionar os negócios. Sem revelar as cifras, Ivo Vieitas, presidente do Hipercard, diz que, até dezembro haverá novas ações da companhia para expandir os limites de crédito do cartão. "Será a maior ação de "overlimit" da história para ampliar o poder de consumo da população", diz Vieitas. Com faturamento de R$ 17 bilhões em 2008, o Walmart responde por 45% da receita do Hipercard, que tem 12 milhões de plásticos.
Além do maior volume de crédito disponível para compras, o Walmart decidiu fazer uma agressiva campanha de vendas. De hoje até o dia 31 de outubro, vai parcelar cerca de 20 itens, entre eletrodomésticos, produtos de informática e televisores, em 13 vezes sem acréscimo no cartão Hipercard, sendo que a rede vai pagar a primeira prestação para o consumidor. "Queremos fazer deste Natal o melhor da empresa no País. A expectativa é de aumento de 20% no faturamento ante 2008", prevê o presidente do Walmart, Hector Núñez.
Segundo o presidente do Walmart Brasil, a empresa decidiu reduzir a margem de ganho para ampliar o volume de vendas da companhia. A agressividade nas condições de financiamento tem como meta ampliar ainda mais o desempenho alcançado neste ano pela empresa. Sem revelar taxas de crescimento, Núñez diz que o ano de 2009 tem sido até agora "muito bom" para o Walmart e superou as expectativas.
Sempre discreto no anúncio das condições de pagamento, essa estratégia agressiva contrasta com o comportamento que a rede vem tendo nos últimos anos. Segundo consultores de varejo, a mudança de rota no Brasil do maior varejista do mundo pode ser atribuída ao momento atual de hiperconcorrência, especialmente nos bens duráveis, que ocorre no varejo nacional. "A compra do Ponto Frio pelo Grupo Pão de Açúcar e a entrada do Magazine Luiza na capital paulista mudaram as condições competição entre as lojas", comenta um especialista.
Núñez, do Walmart, e Vieitas, do Hipercard, não enxergam, no curto prazo riscos nessa operação com parcelamento superior a um ano e que, segundo os executivos, não tem custo financeiro embutido no preço dos produtos. "Não temos preocupação", diz Núñez. Ele argumenta que indicadores, apurados por instituições diferentes, já mostram que a confiança do consumidor voltou ao nível pré-crise.
Veículo: O Estado de S.Paulo