Com um aumento de 45% no segundo semestre, as vendas de espumantes e vinhos nacionais estão fazendo os produtores celebrarem 2009 como um período que consolida o setor em um novo patamar. Em relação a 2008, as vendas totais deverão ter um aumento de 25%, conforme estimativa final do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin). No ano passado, foram vendidos, no Brasil, cerca de 10 milhões de litros de espumantes produzidos no Rio Grande do Sul.
Os resultados positivos são fruto tanto do aumento do consumo interno, como da expansão das exportações, que saltaram de 3,5 milhões de litros, em 2007, para mais de 26 milhões, até novembro deste ano.
O presidente do Ibravin, Diogo Bertolini, explica que o brasileiro está aprendendo a consumir o produto nacional. "O brasileiro passou a consumir espumantes em épocas que não sejam festivas", afirma. "Uma prova disso é o aumento de 20% no consumo em relação ao ano passado no período de janeiro até outubro."
A Miolo Wine Group é uma das empresas mais otimistas do setor. A companhia prevê um aumento de 18% nas vendas de fim de ano, atingindo cerca de 1,8 milhão de garrafas de espumantes. Para que o aumento aconteça, a empresa apostou no lançamento de uma nova linha de espumantes, que contou com investimentos de cerca de R$ 5 milhões. Os recursos foram aplicados na modernização dos vinhedos e em máquinas específicas para o processo champenoise. "A nova linha tem o desafio de consolidar a liderança da Miolo como uma das maiores produtoras de espumantes das Américas", explica o diretor de Vendas, Márcio Bonilha. O período festivo representa 45% das vendas anuais da empresa.
No caso da Chandon, pertencente ao grupo de luxo francês Louis Vuitton (LVMH), a expectativa é de um crescimento acima de 15% para o último quadrimestre em relação ao ano passado. A empresa também investiu em um novo produto e em uma campanha de marketing agressiva. "Essas ações auxiliam em uma melhor visibilidade da marca", afirmou diretor geral da Chandon, Sergio Degese. A empresa não divulgou os números investidos. O último quadrimestre representa para a companhia 60% das vendas anuais.
Já para a Cereser, que aposta no público C e D, o período de fim de ano corresponde a 80% das vendas anuais. Em 2009, a empresa deve crescer 10% em relação ao último trimestre do ano passado, alcançando 26 milhões de garrafas vendidas. A companhia também apostou em novos lançamentos e estratégias de marketing. "Além do novo produto, investimos em uma nova roupagem para as nossas linhas para atrair o público-alvo", explicou o diretor-geral, José Fontenelles.
Exportações
O presidente da Associação Brasileira de Enologia, Carlos Abarua, afirma que a exportação é uma tendência no Brasil nos próximos anos, pois o País começou a ser visto por países europeus, como a França, com um local capaz de exportar vinhos e espumantes. "Aos poucos os produtos produzidos no Brasil vão ganhar espaço nas gôndolas dos mercados da Europa", afirmou.
O Projeto Setorial Integrado Wines From Brazil, realizado em parceria pelo Ibravin e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) tem alcançado resultados surpreendentes. O maior crescimento nas vendas ao exterior foi obtido pela Cooperativa Vinícola Garibaldi, com acréscimo de 349% nos seus resultados de 2008 a 2009. Já a Miolo exportou para o maior número de países, levando seus vinhos e espumantes para 18 nações.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ