Anheuser-Busch InBev, a maior fabricante de cerveja do mundo, não conseguiu suspender duas semanas de bloqueio a suas fábricas na Bélgica. As conversações com os funcionários fracassaram ontem, segundo os trabalhadores. Os empregados estão bloqueando a passagem para as unidades industriais de Leuven e Liege há 13 dias, e há uma semana em Hoegaarden. O protesto é contra a decisão da AB InBev de cortar 263 postos de trabalho, do total de 2,7 mil no país.
As redes de supermercados Delhaize e Carrefour disseram ontem que seus estoques de cerveja de marcas como Stella Artois, Jupiler e Leffe estão baixos. "A partir de quarta-feira (hoje) nós estaremos enfrentando um problema", disse uma porta-voz do Carrefour. A rede planeja aumentar os estoques com cerveja da Heineken. A marca Primus , por sua vez, tem veiculado anúncios dizendo que ter estoque disponível.
A gerência da companhia e os representantes dos trabalhadores não conseguiram acertar as diferenças na quinta-feira e ontem, numa segunda tentativa, disseram representantes dos funcionários.
Os sindicatos têm pedido à companhia que volte atrás em seu plano de reestruturação. Mas a AB InBev teria dito que o plano poderia ser suspenso apenas por alguns meses. A fabricante, que preferiu não fazer comentários, já tem na mão uma ordem judicial para acabar com o bloqueio em Leuven, mas até agora não a usou.
Com 57% do mercado de cerveja no país, a AB InBev tem dito que corre o risco de ficar sem matéria-prima. A companhia pode cortar 10% de sua força de trabalho de 8 mil pessoas na Europa Ocidental devido a vendas mais fracas.
Veículo: Valor Econômico