O crescimento da produção de sucos e refrigerantes em 2009 confirma o bom desempenho do setor de bebidas, destaque da produção industrial do ano passado medida esta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o instituto, a produção de bebidas cresceu 7,1%, um dos quatro únicos segmentos que tiveram expansão no ano do tombo histórico da indústria de - 7,4%.
Dados da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas (Abir) indicam que, imune à crise, a produção do segmento cresceu 5,1%, atingindo 37,104 bilhões de litros. O faturamento subiu 6,37%, somando R$ 22,28 bilhões. Segundo o diretor executivo da Abir, Paulo Mozart, o resultado ficou bem acima das expectativas dos fabricantes no início do ano passado, que era de crescimento zero na visão mais otimista.
Para ele, o avanço em meio à crise se deve à manutenção da ascensão das camadas populares. "O Brasil aumentou renda mesmo com a crise. Houve migração da classe D para a C, que definitivamente se incorporou ao mercado de consumo. São 31% dos consumidores."
A avaliação é parecida com a da economista Isabella Nunes, coordenadora da pesquisa de produção industrial do IBGE. Segundo ela, a manutenção do nível do poder de compra explica o destaque de atividades para o mercado interno em meio à retração predominante na indústria.
Apenas o setores farmacêutico (7,9), de perfumaria e limpeza (4,7) e de equipamentos de transporte (2,3) variaram positivamente em 2009. "São mais protegidos da crise por depender de renda e manutenção de emprego", explicou.
Só de refrigerantes, foram produzidos 14,34 bilhões de litros em 2009, incremento de 1,35% em relação a 2008. Saíram das fábricas 78 litros da bebida para cada brasileiro no ano passado. "Atravessamos bem a crise. Não significa que ninguém saiu ferido, mas para quem esperava morrer na praia, foi muito bom", ilustra Mozart.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ