Sem grandes campanhas publicitárias, sem aquisições e com preço acima dos concorrentes, a marca holandesa de cervejas Heineken cresceu 52% em volume no país durante 2009, segundo o relatório da companhia, divulgado ontem em Amsterdam. A holandesa, que em janeiro comprou a unidade de cervejas da mexicana Femsa, dona da Kaiser, já começou o ano lançando quatro marcas internacionais no país, em cinco versões da bebida.
Com a investida, começam a chegar ao mercado as cervejas Amstel Pulse, da Holanda, Birra Moretti, da Itália, Edelweiss, da Áustria, Murphy´s Irish Stout e Murphy´s Irish Red, ambas da Irlanda. Todas elas fazem parte do portfólio da Heineken, segundo Riccardo Morici, diretor de marketing da Femsa Cerveja Brasil.
"O mercado de cervejas especiais no Brasil representa só 1% do volume, mas já movimenta R$ 300 milhões ano ano", diz ele. As novas cervejas chegam com preços mais atraentes que a maior parte das cervejas especiais, que custam de R$ 8 a R$ 15 nos supermercados. Para esse canal de vendas, as novas marcas da Heineken terão preços sugeridos de R$ 3,99 a R$ 10,70.
"A marca é muito bem vista pelos consumidores", afirma Tiago Turini, diretor da Direct Performance, empresa que, dentre outros serviços relacionados a auditoria de campanhas publicitárias na internet, faz o monitoramento de marcas em sites de mídia pessoal, como Orkut e Twitter. Durante o mês de janeiro, a companhia analisou 130 mil "posts" de usuários brasileiros desses sites relacionados ao assunto cervejas. "No dia 11, quando foi anunciada a aquisição da Femsa pela Heineken, houve um pico de posts relacionados à cervejaria holandesa. Mas esse nível de interesse e comentários sobre a marca se manteve mesmo depois do fato", diz Turini. A marca, segundo ele, se manteve como a terceira mais comentada e a primeira com o menor índice de rejeição entre os internautas. Bom sinal para a cervejaria holandesa, que registrou crescimento de 4,1% em 2009 mundialmente, com lucro de € 1,05 bilhão.
Veículo: Valor Econômico