A Coca-Cola, maior fabricante mundial de bebidas, planeja comprar a produtora russa de sucos OAO Nidan Juices, transação que lhe permitiria intensificar a concorrência contra a rival PepsiCo no país.
A aquisição da empresa, pertencente ao fundo de investimentos em participações britânico Lion Capital, ainda precisa ser aprovada pelas autoridades reguladoras, segundo afirmou Vladimir Kravtsov, porta-voz em Moscou da Coca-Cola, em entrevista por telefone, ontem, confirmando notícia do jornal "Kommersant". O valor da negociação não foi revelado.
A Coca-Cola concorre com a PepsiCo para conquistar mais terreno no país, em um mercado que movimentou US$ 3,2 bilhões em 2009, segundo estimativa da Euromonitor International. A PepsiCo, é a maior fabricante de sucos na Rússia, com 30% de participação no mercado, de acordo com a Euromonitor, seguida pela Coca-Cola Hellenic Bottling, com 20,5%. A participação de mercado da Nidan é de 14,5%, segundo a empresa de pesquisas.
A Nidan, cuja sede fica em Moscou e produz os sucos Moya Semya e Ya, poderia valer entre US$ 560 milhões e US$ 620 milhões, com base em estimativas das vendas de US$ 280 milhões e do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (lajida) de US$ 60 milhões, em 2009, de acordo com a analista Tatyana Bobrovskaya, do BCS Financial Group.
A Nidan seria vantajosa para Coca-Cola porque a empresa russa centra-se no segmento de sucos mais baratos, que mostrou aumento de consumo em 2009, enquanto o consumo geral de suco caiu 15% na Rússia, segundo Bobrovskaya, que citou dados da empresa de pesquisas Business Analytica.
A receita da Nidan caiu 7%, para 8,02 bilhões de rublos russos (US$ 274 milhões), em 2008, de acordo com o balanço anual divulgado no site da empresa. O lucro líquido somou 116,2 milhões de rublos.
Em 2008, PepsiCo e Pepsi Bottling acertaram a aquisição de participação de 75,5% na OAO Lebedyansky, a maior fabricante de sucos do mercado russo, por US$ 1,4 bilhão.
A PepsiCo poderia estudar outras aquisições no país segundo afirmou a executiva-chefe da empresa, Indra Nooyi, em julho.
Veículo: Valor Econômico