Demanda tem aumentado até 25% por mês.
Conquistar o exigente mercado mineiro é o novo desafio da Vinícula Brasileira Ltda (Panizzon), que acaba de completar 50 anos de atividades. Em julho do ano passado, a empresa, que tem sede em Flores da Cunha e fazenda em Campestre da Serra, nos Campos de Cima da Serra, ambos no Rio Grande do Sul, iniciou a distribuição no Estado da sua linha composta por mais de 60 produtos - espumantes e vinhos finos, vinhos de mesa, vinhos compostos, suco de uva, coolers, bebidas quentes, sidra, vinagres e agrin. Não foram divulgados dados relativos a faturamento e produção.
O representante responsável pelas vendas da Panizzon no Estado, Evandro Nascimento, destacou que os produtos da marca têm sido muito bem recebidos pelo mercado mineiro. A cada mês, a demanda mensal tem aumentado entre 20% e 25%, um índice que poderia ser ainda maior se o mercado nacional do setor recebesse incentivos semelhantes aos dos produtos importados. Os impostos compõem em torno de 42% a 50% do valor de uma garrafa de vinho nacional - IPI, PIS/Cofins, ICMS e contribuição sobre o lucro das empresas. Alguns deles incidem em cascata, sendo pagos pela indústria e varejo.
O grande pesadelo da indústria vinícola nacional é a entrada de produtos chilenos e argentinos. E isso ocorre principalmente na faixa de preço em torno de R$ 10, exatamente onde a tendência de aumento das vendas está ocorrendo, reflexo do aumento do poder de compra das famílias, especialmente na classe C.
"As vinícolas brasileiras investiram pesado para melhorar a qualidade do produto nacional, mas o brasileiro está tomando vinho ruim da Argentina e do Chile. Trazer um vinho do Rio Grande do Sul para Minas Gerais é mais caro do que similares da Argentina e do Chile, que reservam os melhores para consumo interno e exportam os populares", resumiu.
A vinda da Panizzon para Minas Gerais é parte do cuidadoso projeto estratégico da vinícula. Além do mercado do Rio Grande do Sul, os produtos já são comercializados em Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Distrito Federal.
Em 1999, a empresa começou a participar de concursos nacionais e internacionais de vinhos, tendo conquistado diversas medalhas e premiações com seus produtos. Um deles, o espumante fino branco Moscatel Panizzon, recebeu mais de 30 distinções entre 2003 e 2009.
Veículo: Diário do Comércio - MG