O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, ontem, a compra da cervejaria Femsa, fabricante da Kaiser, pela holandesa pela Heineken.
O negócio foi realizado mundialmente, envolvendo US$ 5,4 bilhões em ações.
No plenário do Cade o julgamento durou poucos minutos. Isso porque a união entre as marcas Heineken e Kaiser vai gerar uma concentração de menos de 1% no mercado brasileiro. A Kaiser detém aproximadamente 11% do mercado, enquanto a Heineken possui 0,6% das vendas no Brasil.
"A operação não dá condições de poder de mercado para as empresas", resumiu o relator do processo, conselheiro Carlos Ragazzo. A Heineken já trabalhava em conjunto com a Femsa por meio de licenciamento de sua marca no Brasil. Os demais conselheiros seguiram o voto de Ragazzo. O caso foi considerado tão simples que eles sequer se manifestaram. Apenas sinalizaram com a cabeça que concordavam com o relator. Os conselheiros nem citaram o fato de a AmBev deter cerca de 70% do mercado de cervejas - o que por si já seria suficiente para levar à aprovação de negócio entre outras empresas que disputam o mercado com a companhia líder.
A compra da divisão de cervejas da Femsa, com sede no México, foi anunciada em janeiro. As secretarias de Acompanhamento e de Direito Econômico (Seae e SDE) dos ministérios da Fazenda e da Justiça haviam recomendado ao Cade a aprovação do negócio sem restrições.
Veículo: Valor Econômico