Tentando comprar rival nos EUA, companhia se expande no Brasil
Equipamento que chega ao mercado com preço mais acessível permitirá a pequenos fabricantes a produção integral de embalagens PET de refrigerantes
Enquanto aguarda uma resposta final dos acionistas da americana Hardinge sobre sua última proposta de compra, a Romi, uma das maiores fabricantes brasileiras de máquinas ferramenta, máquinas para plásticos e fundidos e usinados, dá continuidade no Brasil a sua estratégia de abertura de mercados que garantam ganhos emescala. Um dos próximos alvos da companhia serão tubaineiros e outros pequenos fabricantes de bebidas que hoje não produzem as próprias embalagens, devido ao preço dos equipamentos.
A Romi trabalha há alguns anos no segmento de máquinas para plásticos. Fabrica desde injetoras para a produção de tampas até os equipamentos de sopro responsáveis por dar forma final à embalagens PET. Mas, até agora, não tinha injetoras de pré-forma, etapa intermediária na fabricação das embalagens, na qual o polímero é moldado na forma de pequenos tubos, que depois recebem pressão interna de ar para ganhar forma final.
Segundo Hermes Alberto Lago Filho, diretor de comercialização de máquinas da Romi, com a inclusão do novo equipamento no portfólio, a companhia poderá vender ao mercado de pequenos fabricantes de bebidas todos os equipamentos necessários à verticalização da produção de embalagens. Com a vantagem de o preço ser inferior ao de fabricantes tradicionais. “A injeção de pré-forma, até agora, era praticamente restrita aos grandes engarrafa dores, por causa do preço”, afirma o executivo. “Nossa linha completa voltada ao mercado de pequenos engarrafadores, com máquinas e acessórios, não chegará a R$ 2 milhões. As injetoras de pré-forma tradicionais custam, sozinhas, de US$ 1 milhão a US$ 1,5 milhões”.
O lado negativo é o ritmo mais lento de produção do modelo da Romi, admite Lago Filho. A injetora de pré-formas da companhia produz, em média, de3mil a 4 mil embalagens.
O executivo não divulga as expectativas de venda da companhia neste novo mercado, que inclui também fabricantes de cosméticos e de produtos de limpeza. Diz apenas que o potencial está sendo estudado.
Mas, somente no ramo de bebidas, segundo dados da Associação dos Fabricantes de Bebidas do Brasil (Afebras), há 238 fabricantes de refrigerantes, além de Schincariol, Ambev e do Sistema Coca-Cola. E aproximadamente 800 concessões de lavras de água mineral.
Mercado de entrada
A companhia também está apostando em uma campanha para ampliar a base de clientes, oferecendo a preços e condições facilitadas um de seus produtos de maior venda, numa configuração básica. “A ideia é tornar tornos de comando numérico (controlados eletronicamente) acessíveis a pequenos fabricantes que hoje usam tornos manuais ou antigos demais e que, por conta disso, correm o risco de ficar fora do mercado”, diz Lago Filho. A ação está sendo feita via mala direta e em parceria coma Sandvik e a Iscar, de ferramentas industriais.
Veículo: Brasil Econômico