As conversas entre representantes do setor de bebidas e o governo em Brasília, na sexta-feira, serviram mais para a troca de informações e de perspectivas para a área do que para uma decisão final a respeito de possível incremento da carga tributária. Os empresários do setor não querem ver novo aumento da alíquota de impostos, alegando que aumentarão preços ao consumidor.
Eles também argumentam que é possível haver uma interrupção dos investimentos, que devem chegar a R$ 4 bilhões este ano.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, ouviu, mas não garantiu, no entanto, que a escalada das alíquotas estancará. No ano passado, as grandes empresas do setor sofreram reajuste de 15% nas alíquotas de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados)/PIS e Cofins.
A decisão de aumentar a taxa foi tomada após a verificação de que os conglomerados do setor tinham praticamente as mesmas taxas de impostos que as pequenas empresas do ramo.
Os empresários que compareceram ao encontro enfatizaram que não estavam pedindo redução ou isenção de impostos, como fizeram outros setores, mas que queriam a garantia de manutenção das alíquotas atuais.
"Foi uma conversa muito produtiva. Trocamos muitas informações e visões a respeito do que esperamos para o setor", resumiu o diretor de relações corporativas da AmBev, Milton Seligman.
Veículo: Diário do Grande ABC