A Citrosuco e a Citrovita entregaram ontem ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) o pedido formal para realizarem a fusão entre as duas empresas, anunciada inicialmente em maio deste ano.
Segundo o Cade, o pedido deverá passar pela Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae), do Ministério da Fazenda, e a Secretaria de Direito Econômico (SDE), do Ministério da Justiça. Os dois órgãos, que formam o sistema de defesa da concorrência, deverão dar pareceres sobre a fusão após levantarem os dados de mercado.
Não há previsão de quando o parecer será concluído. Cada secretaria tem até 30 dias para entregar o documento, mas esse prazo pode ser zerado a qualquer momento por solicitação de novas informações.
Processo
O relator do processo dentro do Cade deverá ser escolhido nesta quarta-feira. Ele tem até 60 dias para analisar o caso e levar o pedido para a pauta de julgamentos. No entanto, esse prazo também pode ser zerado.
Segundo Rodrigo Mello, especialista em fusões e aquisições do escritório Mello, Dabus & Rached, caso encontre indícios de que o negócio pode trazer prejuízo à livre concorrência, o Cade poderá vetar a fusão ou impor algumas restrições, como obrigar que uma das marcas seja vendida ou dispor sobre as condições de comercialização. Para o advogado, não é possível saber se o Cade vai dar sinal verde para a operação. "O Cade tem surpreendido bastante nos últimos anos", diz.
A fusão, se aprovada, deverá criar a maior empresa processadora de suco de laranja do mundo, que exportará para mais de 80 países. A operação cria uma empresa com receita anual de R$ 2 bilhões, que terá capacidade de processar acima de 40% de todo o suco de laranja produzido e exportado pelo Brasil.
As empresas Citrosuco e a Citrovita entregaram ontem ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica o pedido de fusão entre as duas empresas, anunciada em maio.
Veículo: DCI