Vinho brasileiro busca lições na África do Sul

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Brasil quer aprender como o país se tornou um dos maiores exportadores da bebida, ocupando a liderança de mercado em países como a Suécia

 

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) quer aprender com os sul-africanos como desenvolver a indústria do vinho no Brasil. Nos últimos anos, a África do Sul se transformou em um dos principais exportadores de vinho entre os países do "Novo Mundo" e o nono maior produtor do planeta, com um produto em condições de concorrer com marcas francesas, italianas e espanholas.

 

Chile, África do Sul, Estados Unidos, Argentina e Austrália estão entre os países considerados como o "Novo Mundo" na indústria do vinho, em oposição aos tradicionais produtores europeus.

 

Desde ontem, a embaixada do Brasil em Pretória conta com um adido agrícola. Uma de suas missões no país será exatamente estabelecer acordos com os sul-africanos para desenvolver a tecnologia de produção do vinho na Região Sul do Brasil. O tema deve ainda fazer parte da agenda da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à África do Sul no início de julho.

 

A meta brasileira é a de incrementar a qualidade da produção nacional - com mudas e tecnologia - e imitar a estratégia de sucesso da África do Sul nas exportações do produto. Com 102 mil hectares de vinhedos plantados, o país produz hoje 3% dos vinhos do mundo. Os dados são da entidade Vinhos da África do Sul.

 

Entre 2007 e 2008, o crescimento do setor foi de 17%. Essa taxa, porém, caiu para 10% no ano passado, por causa da retração nas vendas globais provocada pela crise financeira internacional.

 

Expansão. Com negócios de US$ 7 bilhões, a indústria do vinho sul-africana registrou neste ano um verdadeiro feito: vendeu mais vinho para o mercado do Reino Unido que a França, tradicional produtora e exportadora da bebida. Na Suécia, o vinho sul-africano já é líder do mercado. Na Alemanha, é o quarto.

 

Mas o destino das exportações sul-africanas também mudou. Há quatro anos, 75% das vendas eram para o Reino Unido. Hoje, esse mercado absorve apenas 24% das vendas. A meta agora é conquistar mercados emergentes, como a China, e centros urbanos africanos, como Luanda.

 

O Brasil ainda tem uma participação pequena no consumo da bebida produzida na África do Sul. Hoje, os sul-africanos exportam US$ 200 milhões em vinhos para os brasileiros. Um dos motivos para o volume ainda pequeno é a barreira não-tarifária.

 

Os produtores se queixam ainda que o processo de liberação de importações é demorado no País. A reclamação, que já chegou ao Itamaraty, é um dos pontos de atrito na relação bilateral.

 

Apesar de a produção de vinho ter mais de 350 anos na região, foi apenas na última década que as vendas explodiram. Em 1994, os sul-africanos exportavam 50 milhões de litros por ano. Hoje, são mais de 400 milhões de litros.

 


Veículo: O Estado de S.Paulo


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