Há mais de 40 anos dedicando-se à arte de produzir vinhos. Essa é a história da Casa Geraldo Vinhos Finos (LC Marcon Indústrias Ltda), que nasceu do pioneirismo de uma família de imigrantes italianos. Mas foi em Andradas, no Sul de Minas Gerais, que a empresa deu início ao plantio de videiras, cujos frutos eram utilizados para a fabricação de vinhos para consumo próprio.
Tradição passada de pai para filho, a produção de vinho foi aprimorada e, com o passar do tempo, a Casa Geraldo tornou-se a maior produtora de uvas da região e uma das maiores vinícolas de Minas Gerais.
De acordo com o diretor administrativo da Casa Geraldo, Michel Marcon, apesar da valorização do real frente ao dólar - que forçou a queda dos preços dos vinhos importados e culminou no aumento da concorrência no mercado interno -, os negócios da empresa têm se destacado no cenário nacional. Para 2010, a expectativa é de que sejam produzidos 2,5 milhões de litros de vinho, uma alta de 25% sobre o resultado de 2009, quando foram fabricados 2 milhões de litros.
Ainda de acordo com ele, a localização da vinícola também contribui para os bons resultados da empresa. "A região Sul do Estado é uma área em potencial não só para a fabricação de vinhos brancos, como para a produção da fruta in natura e de bebidas à base de uvas. Por conta desse clima favorável e do solo fértil, a fabricação de espumantes da São Geraldo aumentou de forma considerável", justificou.
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A Casa Geraldo possui, além da vinícola, 3 lojas em MG, sendo uma em BH
Crise - O executivo lembrou que os transtornos da turbulência financeira mundial - iniciada em setembro de 2008 - não impactaram os negócios da empresa. No exercício passado, a Casa Geraldo alcançou uma expansão de 15% no faturamento no confronto com 2008. Para 2010, disse ele, a expectativa é crescer, no mínimo, 20% ante 2009. "Boa parte da receita deste ano será proveniente do público emergente da classe C. Acabou aquele mito de que vinho mais sofisticado é coisa de rico."
A Casa Geraldo, que além da vinícola possui três lojas no Estado, sendo uma no bairro de Lourdes (região Centro-Sul), e duas em Andradas, vai realizar uma política de expansão geográfica ainda neste ano. Segundo Marcon, o foco seriam duas cidades do interior de São Paulo: Campinas e Ribeirão Preto. Conforme informou, está em andamento um estudo de viabilidade comercial e, até o final do segundo semestre, um desses municípios receberão uma unidade da empresa.
"Assim que consolidarmos os negócios nessas cidades, o próximo passo será a capital paulista, com forte potencial de mercado. Entretanto, esse projeto deverá ser concretizado somente no próximo ano, já que o investimento para abrir uma loja em São Paulo beira a casa dos R$ 2 milhões. Já para a capital mineira, não há perspectiva de inaugurar novas unidades. Vamos trabalhar para otimizar o atendimento aos clientes."
Sobre a concorrência provocada pela invasão dos vinhos importados no mercado nacional, Marcon demonstrou pessimismo. Para ele, os mineiros enfrentam o mesmo problema dos gaúchos. "Os produtores do Sul reivindicam a taxação dos vinhos importados. Atualmente, no mercado brasileiro pode-se encontrá-los a preços acessíveis fazendo com que os nacionais percam competitividade", enfatizou Marcon.
Veículo: Diário do Comércio - MG