Marca da Agropecuária Tuiuti lança cinco sabores de néctar no fim de agosto e segue planos de atingir segunda posição no país
Entre o final de agosto e o início de setembro, os consumidores dos estados que vão do Rio de Janeiro até Santa Catarina encontrarão uma nova marca de suco pronto para beber nas gôndolas do supermercado. A Shefa, marca de leite criada há 36 anos pela Agropecuária Tuiuti, de Amparo (SP), vai fazer sua estreia em mais um corredor dos supermercados e ampliar sua linha hoje composta por leite longa vida, leite e suco de soja, chá verde e branco e refresco em pó. Com a missão de conquistar o paladar do consumidor na categoria de suco com mais fruta, que o mercado chama de “néctar para beber”, a Shefa promete acirrar a briga com marcas fortíssimas das gôndolas, a exemplo da líder Del Valle Mais, da Coca-Cola, e Sufresh, da Wow. “Estamos entrando com cinco sabores - por enquanto - para brigar pelo segundo lugar em vendas,meta que devemos atingir em dois ou três anos”, diz Pedro Ribeiro, diretor comercial e demarketing da Shefa. Ele diz que a decisão de investir nesta categoria veio depois que os supermercados começaram a demandar da Shefa a opção de néctar de fruta.
“Existe uma carência neste mercado, o que nos abre muitas oportunidades. Alguns concorrentes desta categoria saíram e ainda houve a junção de Del Valle e Mais, o que abriu espaço nas gôndolas”, diz Ribeiro. Há chances de os sucos Shefa atingiremtodo o país no futuro. Os númerosmostramque esta categoria avançamais que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. De janeiro a março deste ano, o país consumiu R$ 466 milhões em sucos prontos e nectares, 11,8% a mais que o mesmo período de 2009, segundo dados da Nielsen. Em volume, também houve crescimento de 7,4%, totalizando 118 milhões de litros somente neste trimestre ante o mesmo período de 2009. Ribeiro diz que este incremento registrado pelo mercado prova o interesse do consumidor moderno em produtos que trazem benefícios à saúde. “A dona de casa não quer dar refrigerante ou um suco qualquer para o filho. É por isso que estamos registrando vendas violentas da bebida de soja”, diz. A Shefa, garante o executivo, já foi a segunda marca mais vendida em leite e suco de soja do país, mas perdeu o segundo lugar para a Yoki depois que realizou uma reforma na fábrica. “Até o final do ano, vamos retornar ao segundo lugar.”
Como a linha de produção de néctar é completamente diferente da de leite, a Shefa teve que investir em novas máquinas. O valor, no entanto, é mantido em segredo. “Nada na linha Tetra Pak custa barato. É um investimento muito grande, mas também todos os equipamentos são importados da Europa pela Tetra Pak, o que inclui desde processos de produção até envase”, afirma. Leite longa vida e pasteurizado (de saquinho) respondem atualmente por 50% do faturamento da Shefa - o valor não é revelado. A outra metade das vendas vêm das categorias de bebidas prontas. Para atrair os diferentes consumidores de sucos prontos, como a classe A, há cerca de 60 dias, a Shefa estreou o seu suco de cranberry, cujo líquido concentrado é importado do Chile e preparado aqui. O preço sugerido é de R$ 10. Acategoria de sucos permitirá à Shefa manter seu crescimento numa área geográfica onde ela não chegava com leite. A meta para este ano é crescer dois dígitos,o mesmo que 2009.
NA GÔNDOLA
A Coca-Cola é a líder do mercado em sucos com a família Del Valle, resultado da união das marcas Del Valle, Minut Maid,Mais, Kapo e Del Valle Frut.
O produto SuFresh, da WOW, é o mais forte concorrente da Coca.
A VivaFrut, do empresário Gabriel Salomão, que já teve participação na Del Valle, também disputa espaço com as marcas Maguary, Jandaia, TopFruit e Suvalan.
Nova fábrica vai atender a Região Norte e exportar
Fruto de um aporte de R$ 48 milhões, Laticínios da Amazônia será inaugurada em 2012 A partir de janeiro de 2012, a Agropecuária Tuiutimarcará, definitivamente, sua entrada no Norte do país. Há cerca de 30 dias, a empresa que detém a marca Shefa começou a construir uma fábrica emRio Branco, capital do Acre, onde pretende produzir leite longa vida, leite em pó, manteiga e queijo nas versões fresco e parmesão ralado. A obra na região começou do zero e já está comas estruturas montadas. O investimento emtodas as fases do projeto é de R$ 48 milhões, segundo César Dotto, secretário de estado de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia do Acre. “O Acre ganhará, enfim, seu primeiro produtor de leite longa vida.”
Esta será a primeira incursão da agropecuária familiar Tuiuti fora de Amparo (SP), onde ela detém, além da fábrica de leite e outras bebidas, produção de cana, gado de corte e eucalipto. A inauguração da fábrica deve ocorrer até o final de 2011 e poderá atender não só o estado do Acre e a região norte do país, como também comercializar produtos em pó ou ralado para outros países como o Peru. “De lá há uma saída para o Pacífico, o que poderia levar nossos produtos para outros países”, diz Ribeiro. O negócio da Agropecuária Tuiuti em Rio Branco já tem nome: Laticínios da Amazônia, que promete inserir a empresa em novos negócios como o de queijos. Mas não só. Habitualmente acostumada a trabalhar coma sueca Tetra Pak, a empresa admite que poderá trocar de fornecedor na nova casa. “Pode ser que lá a gente venha a fechar contrato com a SIG Combibloc (empresa suíço-alemã que é a principal rival da Tetra Pak no mundo e está preparando sua primeira fábrica do país, no Paraná)”, admite Ribeiro.
A decisão de investir na região se deu por conta do crescimento no consumo, registrado pelo Norte e Nordeste do país nos últimos tempos. Ao mesmo tempo em que há produtores de leite na região, Ribeiro diz que há muito espaço para consumo de leite e queijo. “Rio Branco, ao contrário do que imaginamos no Sul e Sudeste, é umacidademuito grande e desenvolvida”, conta. Energético Ao mesmo tempo em que mira novos mercados, a dona da marca Shefa também planeja fazer sua entrada na categoria de bebidas esportivas, o que poderia levá-la a investir em produtos como o isotônico Gatorade ou o energético Red Bull. “Ainda não decidimos se vamos lançar um, outro ou uma água saborizada comminerais. O que é certo é que vamos entrar nesta área a partir de 2011”, revela Ribeiro. Outra oportunidade que ele tambémavalia é o lançamento de iogurtes. Mas promete um produto diferente, que chama de “evolução do iogurte” para 2011. Apesar da entrada em novas categorias, a ideia da empresa é fazer com que o faturamento da Shefa mantenha a divisão de50% advindos de leite e a metade restante gerada a partir de outras bebidas prontas.
Veículo: Brasil Econômico