Ficou marcada para o próximo dia 25, na Secretaria da Agricultura de São Paulo, a apresentação do texto final do estatuto de criação do "Consecitrus", conselho que contará com a participação de representantes dos citricultores e indústrias de suco de laranja do Estado. O Brasil responde por cerca de 80% das exportações mundiais da commodity, e a fatia paulista no total nacional é também de mais ou menos 80%.
Ontem, o secretário João Sampaio recebeu as entidades que representam a cadeia produtiva para tentar acelerar a definição dos detalhes que tornarão viável a criação do "Consecitrus" - que vem sendo tratado por esse nome em alusão ao Consecana, que arbitra as relações entre canavieiros e usinas sucroalcooleiras.
"Pelo menos da boca para fora todo mundo quer o Consecitrus", afirmou Sampaio ao Valor. Pelo lado dos citricultores, estiveram ontem na secretaria expoentes da Sociedade Rural Brasileira (SRB), da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp) e da Associação Brasileira de Citricultores (Associtrus). Pelo lado das grandes indústrias de suco, representantes da Associação Nacional dos Fabricantes de Sucos Cítricos (CitrusBR) e das grandes indústrias a ela filiadas (Cutrale, Citrosuco, Citrovita e Louis Dreyfus Commodities).
Uma das dúvidas que ainda pairam para a efetiva criação do "Consecitrus" é se as três entidades que falam em nome dos produtores paulistas de laranja participaram individualmente ou se elas se farão representar no novo ambiente por uma única unidade, chamada informalmente de "Unicitrus". Ainda que o "Consecitrus" tenha sido pensado sobretudo para mediar negociações de preços de fornecimento da laranja para a produção de suco, cuja demanda internacional sofreu forte retração na última década, afetando as cotações, haverá outros pontos relevantes na pauta de discussões, como sanidade.
Veículo: Valor Econômico