A recente valorização do dólar levou uma série de incertezas para o grupo Schincariol. O tamanho do impacto nas finanças da empresa ainda não foi calculado, mas se o câmbio estabilizar num patamar acima de dois reais por dólar haverá impacto nos custos do malte, lúpulo, açúcar e até mesmo no alumínio utilizado nas latinhas. "Vai ter um impacto grande nas nossas margens. Estamos trabalhando para minimizar, buscando eficiência de produção", disse Marcel Sacco, diretor de marketing da empresa.
Segundo ele, o maior temor é em relação a uma desaceleração da economia. "Nós entendemos que a crise de crédito não interfere de imediato no mercado de bens de consumo. Mas pode gerar uma desaceleração, que impacta na renda, que vai impactar no emprego e, consequentemente, no consumo", explicou.
Para 2009, o cenário é de incertezas, de acordo com Sacco. "Estamos preocupados e já estamos revendo as projeções de consumo para o próximo ano", afirmou. Este ano, a empresa não realizou reajustes de preços, mas pode vir a fazer isso se o dólar se valorizar mais.
Mesmo diante de uma situação de incertezas, o executivo afirmou que a estratégia do grupo para 2007 não será mudada. "Nosso plano de aquisições deste ano já foi feito e nosso calendário de lançamentos e investimentos de marketing não será alterado", disse. Este ano, o grupo Schincariol anunciou a aquisição da artesanal Eisenbahn e da marca Cintra. Sacco contou que uma das preocupações é o eventual impacto da crise nos meses da temporada de verão, a mais importante do ano para a indústria cervejeira.
Refrigerante
Desde que a gestão do grupo Schincariol começou a ser profissionalizada, no início do ano passado - quando o presidente Fernando Terni, Sacco entre outros executivos assumiram as principais funções do grupo - um processo de reformulação de todas as linhas de produtos vem sendo tocado. A primeira fase foi o fortalecimento do portfólio de cervejas, o que inclui a série de aquisições, que começou com a Baden Baden e a Nobel no ano passado e culminou este ano com a Eisenbahn e a Cintra.
A segunda etapa da estratégia foi o fortalecimento da linha de sucos, com o lançamento do Fruthos e reformulação do Skinka. Na seqüência a empresa reformulou a linha de água e, em junho deste ano , relançou toda a linha de refrigerantes. Agora, o grupo completa a reformulação comemorando 54 anos do mais antigo refrigerante da empresa, a Itubaína, responsável por 25% das vendas de refrigerantes da marca em São Paulo.
Para a data especial, o grupo colocará no mercado uma linha especial do produto, com embalagem com temática "retrô". "Esperamos aumentar 35% as vendas de Itubaína com essa edição especial", disse. Dez das 14 fábricas do grupo produzem refrigerantes. A edição especial chegará ao Brasil inteiro.
Em cervejas, segundo dados da AC Nielsen, os rótulos da empresa, liderados pela Nova Schin, passaram de 11, 4% do mercado em dezembro de 2007, para 12,9% no mês passado. A AmBev lidera com 67,7% de participação.
Veículo: Gazeta Mercantil