Para atrair os consumidores neste Carnaval, em um dos verões mais quentes dos últimos anos, as fabricantes de cerveja consolidam a estratégia das pequenas embalagens, que custam cerca de R$ 1,00.
"A mudança nas embalagens é uma tendência sem volta. Esse processo teve um boom há três anos. Alguns saíram na frente e agora os demais fecharam esse 'gap' na indústria", diz o diretor de eventos da Ambev, Jean Jereissati.
A versão 250 ml da garrafa Skol, lançada há 4 meses, segue a estratégia da Ambev que, em 2009 já tinha lançado a latinha de 269 ml para Skol, Brahma e Antártica. Enquanto a garrafa de Skol de 355 ml está na faixa de R$ 1,70 em alguns supermercados, a Skol de 250 ml custa pouco mais de R$ 1.
Na mesma linha, a Schincariol anunciou em dezembro a Nova Schin também em garrafinha de 250 ml, focada para o Nordeste. A Heineken Brasil, depois de ter adotado esse formato de embalagem em 2008 (antes de a Femsa vender sua área de cervejas para a empresa), lançou em novembro do ano passado a Kaiser Shot 250 ml. O grupo Petrópolis, por sua vez, está colocando no mercado neste mês as latas de 269 ml de Itaipava Pilsen e Crystal Pilsen.
O diretor de marketing da Petrópolis, Douglas Costa, diz que o consumo individual, típico das festas de Carnaval, a facilidade de transporte e o preço são fatores que ajudam a explicar por que as embalagens menores foram adotadas pelo setor. "O preço da bebida cabe no bolso do consumidor naquele momento específico do consumo, na festa, por exemplo", diz o diretor nacional de vendas da Heineken, Jorge Kowalski.
O primeiro trimestre, que compreende parte do verão e o Carnaval, representa, em média, de 20% a 30% do volume anual de vendas de cerveja. Segundo Rafael Cintra, analista da Corretora Link, o cenário para o Carnaval é positivo para o setor, que está sendo ainda estimulado pelo verão "estendido" deste ano. "Com o Carnaval só em março, as empresas aproveitam o longo período de demanda fortalecida", diz Cintra. Ele espera um possível reajuste nos preços das cervejas neste ano, diante da elevação dos preços das matérias-primas.
Em 2010, o preço da cerveja subiu 7,74% (pelo critério consumo fora de casa) segundo o IPCA, medido pelo IBGE. O IPCA, no ano passado, subiu 5,9%.
Veículo: Valor Econômico