Graças ao crescimento do mercado de vodca, a fabricante de bebidas alcoólicas Pernod Ricard alcançou um crescimento de dois dígitos no Brasil em seu primeiro semestre fiscal, encerrado em 31 de dezembro. "Com a ascensão econômica das classes mais baixas, muitos consumidores estão deixando de tomar cachaça e migrando para a vodca", diz o australiano Bryan Fry, presidente da Pernod Ricard no Brasil.
No mercado brasileiro, as vendas de vodca das marcas Absolut e Orloff só perdem para as de rum, cujas vendas se concentram no Nordeste do país. Em seguida, vêm as marcas de uísque, dentre elas Chivas, Ballantine's, Jameson, Passport, Teacher's e Natu Nobilis.
"No Brasil, há alguns anos, decidimos concentrar nossa estratégia em produtos mais premium, por isso paramos de produzir a Orloff Ice", diz Fry.
As marcas da companhia, segundo ele, têm presença em todas as classes sociais. "As classes D e C, por exemplo, tomam Orloff, que é uma vodca de R$ 20. Já o consumidor da classe B, toma Absolut quando está reunido com poucos amigos, mas usa a Orloff para fazer a caipirinha do churrasco. A classe A fica com a Absolut", diz o executivo.
Essa grande mobilidade entre todos as camadas sociais tem ajudado a companhia a apresentar crescimento no país. "Enquanto vendemos muito bem nossa vodca por conta da migração do consumidor de cachaça, nossos uísques mais premium também têm apresentado crescimento de dois dígitos, graças à sofisticação do consumo nas outras classes mais altas", afirma Fry.
Na América Latina, conforme o relatório de resultados divulgados pela empresa francesa na semana passada, as vendas cresceram 12%, impulsionadas por México e Brasil. "A Pernod está em 70 países do mundo e o Brasil está entre os 15 maiores mercados", diz o presidente.
Para continuar ganhando mercado, a Pernod Ricard aumentou em 50% a verba de marketing para este ano (a companhia não revela valores). Em 2011, Fry acredita que as vendas no Brasil continuarão mantendo o ritmo de 2010. Mundialmente, a empresa teve no vendas de € 4,28 bilhões no primeiro semestre fiscal, superando em 13% a receita de € 3,79 bilhões reportada um ano antes. (LC)
Veículo: Valor Econômico