Participação de mercado da companhia, encerrada em 2010, ficou em 15,1%, em cervejas, e 5,7%, em refrigerantes.
A Schincariol, maior empresa de bebidas do país, com capital 100% nacional, registrou receita bruta de R$ 5,7 bilhões em 2010, um incremento de 11,8% em relação ao desempenho apresentado em 2009. O resultado é, entre outros fatores, reflexo da performance em volume de vendas ( 6,4%), além da inclusão de novos produtos, de maior valor agregado, ao portfólio de bebidas da companhia.
No período, a geração de caixa, representada pelo Ebitda normalizado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização e outras receitas e despesas não recorrentes), foi de R$ 434 milhões, com margem de 15,2%, o que significa em valores absolutos uma expansão de 47,7% em relação aos R$ 294 milhões registrados em 2009.
"Estamos diante do melhor resultado financeiro da história da empresa, que só foi possível em razão das estratégias bem-sucedidas nas áreas de gestão, operações, comercial e de marketing", diz o presidente da holding da Schincariol, Manuel Fernando.
"Para o nosso negócio, o que importa é a geração de caixa e, nesse quesito, obter um crescimento próximo a 50% é algo que, no cenário atual, deve ser muito comemorado por todos. Devemos esse resultado ao empenho e dedicação de nossos mais de 10 mil colaboradores e da nossa rede de distribuição", acrescenta o presidente da Schincariol, Adriano Schincariol.
Fatia de mercado - A participação de mercado da companhia, encerrada em 2010, ficou em 15,1%, em cervejas, e 5,7%, em refrigerantes, considerando os números oficiais divulgados e disponíveis pelo Sistema de Controle de Produção de Bebidas (Sicobe), da Secretaria da Receita Federal, e disponíveis no site da autarquia.
"Este é um dado oficial importante, pois representa, sem margem de erro, a real distribuição do volume de vendas da companhia em seus setores. De acordo com o próprio Sicobe, enquanto o total do volume comercializado no mercado foi de 12,8 bilhões de litros, a nossa empresa foi responsável por mais de 15% dessa fatia, ou 1,94 bilhão de litros", explica Adriano Schincariol.
Investimentos - O ano de 2010 também ficou marcado pelo maior investimento proporcional ao faturamento de uma companhia no mercado de bebidas: R$ 1 bilhão (equivalente a 34% da receita líquida), que foi aplicado na duplicação da capacidade de produção de bebidas da fábrica de Alagoinhas (Bahia), modernização de outras unidades no Nordeste e Sul, e no lançamento de Devassa Bem Loura nos mercados de São Paulo e Rio de Janeiro, que hoje já está presente em mais de 40 mil pontos de venda.
"Proporcionalmente, investimos mais do que o dobro do investido pelo setor", argumenta Adriano Schincariol, que anuncia outros R$ 600 milhões em investimentos para este ano. "No ano passado, precisamos preparar nossas unidades para atender à demanda potencial esperada, o que exigiu investimentos mais vultosos. Agora, em 2011, retomamos o patamar padrão com o qual vínhamos trabalhando, sendo parte destes recursos para incrementar nossa capacidade de produção e distribuição. Estamos confiantes e esperamos resultados ainda mais satisfatórios para 2011", diz o presidente.
Para dar cobertura à atuação em todo o território nacional, a Schincariol conta hoje com 13 unidades produtivas em 11 estados, com capacidade total de produção de 5 bilhões de litros, e uma rede de distribuição composta por 10 centros próprios de distribuição, 194 revendas, além de escritórios de vendas nos principais centros comerciais. Entre as categorias de produtos, a linha de alcoólicos, formada por cervejas e chope, representa 70% da receita em volumes da companhia, enquanto o segmento de não-alcoólicos - formado por refrigerantes, água, sucos e bebidas de baixa carbonatação - responde pelos 30% restantes.
Oferta de compra - A britânica SABMiller, segunda maior cervejaria do mundo, pode fazer uma oferta para comprar a brasileira Schincariol, segunda maior fabricante do país e que estaria à venda por US$ 2 bilhões. As informações foram publicadas pelo jornal inglês "The Sunday Times".
A assessoria de imprensa da Schincariol não se pronunciou até as 18h30 de domingo. De acordo com a agência de notícias Bloomberg, o porta-voz da SABMil- ler em Londres, contatado por telefone, não quis comentar o assunto.
A Schincariol é dona, entre outras marcas, da cerveja Devassa, que, a partir da campanha publicitária feita com Paris Hilton - e, mais recentemente, com a cantora Sandy -, conseguiu ganhar mais espaço nos mercados do Rio de Janeiro e de São Paulo, inclusive em bares e em restaurantes considerados mais refinados.
Ainda de acordo com a publicação, a Heineken também está interessada em adquirir a brasileira.
No início de 2010, a holandesa anunciou a compra da divisão de cervejas da mexicana Femsa, dona da Kaiser no Brasil, por US$ 7,7 bilhões, incluindo dívidas de US$ 2,1 bilhões.
A transação, que envolveu ações, deu à holandesa 100% das operações de cerveja da Femsa no México e 83% do negócio de cerveja da Femsa no Brasil.
Veículo: Valor Econômico