Está prestes a ser fechada a venda da cervejaria brasileira Schincariol. O interesse na empresa, que vale cerca de R$ 2 bilhões, deve-se principalmente ao seu desempenho no Brasil, já que ela ocupa a segunda posição no mercado nacional e possui 13 fábricas no País. A Schincariol concorre diretamente com a Companhia de Bebidas das Américas (AmBev) , maior cervejaria do País, e é seguida pelo Grupo Petrópolis , terceira colocada em vendas e que detém quatro unidades de produção. Hoje, as principais interessadas na compra da Schincariol são a holandesa Heineken e a anglo-africana SABMiller. "A aquisição seria uma boa oportunidade das cervejarias interessadas contarem com um centro de distribuição no País", afirma o consultor da Concept, Adalberto Viviani.
Para Adalberto, o negócio seria muito interessante para ambas as multinacionais. "A Heineken assumiria com folga o segundo lugar no mercado cervejeiro, com 18% de market share, e utilizaria a estrutura da Schincariol para melhorar sua distribuição no País. Já para a SABMiller seria uma maneira de penetração no Brasil", explica o consultor. A Miller foi fabricada no Brasil entre 1996 e 2007 por uma joint-venture tinha a presença da Brahma. Neste ano, a marca Miller passou a ser importada. De acordo com o consultor, quem pagar mais levará a Schincariol, porém ele destaca que a Heineken tem uma pequena vantagem frente as concorrentes no negócio. "Isso porque ela já está presente no Brasil" , diz ele.
Em entrevista concedida recentemente ao DCI , o vice-presidente da Heineken Brasil, Paulo Macedo, afirmou que a companhia estava concentrada em um projeto para melhorar a distribuição da bebida no País. "Estamos investindo para otimizar nossas operações no Brasil. Temos alguns gargalos de logística, por isso os custos de distribuição são muito elevados", afirma Macedo.
A Heineken Brasil foi criada em janeiro de 2010, após a aquisição da divisão de cerveja do Grupo Femsa, onde possui oito fábricas. Internacionalmente é a maior cervejaria da Europa, segunda em rentabilidade e a terceira em volume. Conta ainda com 140 cervejarias em mais de 70 países. Líder no Brasil, com 68,2% do mercado nacional, a AmBev, não poderia comprar a Schincariol, já que o negócio emperraria nas leis antitruste. Segundo levantamento recente, as três marcas da companhia estão entre as mais vendidas no País - Skol, com 32,4% de participação de mercado; Brahma, com 17,6%, seguida de Antarctica, com11,8%.
Veículo: DCI