É uma guerra mundial cervejeira. No Brasil, os rumores de que a Schincariol estaria sendo assediada por Heineken, Carlsberg e SAB Miller criaram frisson no mercado. Acontece que essa disputa não se dá só nas grandes economias emergentes. Até na paupérrima Etiópia, logo ali do lado da destroçada Somália, as multinacionais estão se digladiando pelo mercado. A Heineken ofereceu US$ 85 milhões pela cervejaria estatal Bedele, que está sendo privatizada. A SAB Miller ofereceu US$ 70 milhões e a Carlsberg, US$ 68 milhões. Para os padrões da disputa no Brasil, é um grão de areia, mas mostra como a coisa anda renhida em qualquer parte do mundo.
... até na África A Etiópia tem 90 milhões de habitantes, sendo que cerca de 35 milhões vivem abaixo da linha da pobreza, ou seja, com menos de US$ 2 por dia. O PIB é de pouco mais de US$ 30 bilhões. Mais de 80% dos etíopes vivem na zona rural. A Constituição diz que o Estado é dono de todas as terras e as empresas que se instalam lá podem apenas contar com leasing dos imóveis - o que as impossibilita de os usar como garantia de empréstimos, por exemplo. E, mesmo assim, a guerra cervejeira chegou lá...
Veículo: Valor Econômico