O presidente da Coca-Cola Femsa Mercosul, Miguel Angel Peirano, e o governador Antonio Anastasia assinaram ontem, na Cidade Administrativa, o protocolo de intenções que oficializou os investimentos de R$ 250 milhões para a construção de uma nova planta da fabricante de refrigerantes no Estado.
Os aportes serão destinados à implantação de uma unidade com capacidade para produzir 2,1 bilhões de litros por ano, 47% a mais que os 1,4 milhão de litros fabricados anualmente na unidade já existente na região Noroeste da Capital. Segundo a empresa, a fábrica da Capital opera no limite da capacidade e não há mais espaço para ampliações, o que torna Minas Gerais dependente de outros estados. Serão produzidos na nova unidade todos os refrigerantes da marca Coca-Cola.
De acordo com o presidente da Coca-Cola Femsa Mercosul, as obras deverão ser concluídas em um ano e meio e, durante o período de construção, serão gerados 500 postos de trabalho. Após o início das atividades, previstas para 2013, devem ser criadas mais de 3.600 oportunidades de emprego, atual número de vagas existentes na fábrica de Belo Horizonte.
A unidade da Capital, no entanto, será transformada em um centro de distribuição e logística após 2015, quando a nova planta atingirá seu nível máximo de produtividade. Conforme Peirano, a localização estratégica, próxima ao Anel Rodoviário, facilitará o escoamento da produção não somente para a Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), mas também para todo o Estado.
Localização - A planta será construída em uma área de 300 mil metros quadrados. O município em que será sediado o empreendimento, no entanto, ainda não foi anunciado oficialmente. Apesar disso, o presidente da Coca-Cola Femsa Mercosul não desmentiu a informação de que a unidade será implantada em Itabirito, na região Central, conforme publicado com exclusividade pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO. Peirano respondeu apenas que a localização será divulgada tão logo a empresa conclua as pesquisas técnicas das áreas já selecionadas.
O diretor do Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (Indi), Maurício Cecílio, um dos responsáveis pela negociação entre o órgão e a companhia, afirmou que há a possibilidade de que a unidade seja mesmo instalada em Itabirito. Entretanto, ele ponderou que a empresa ainda não finalizou as análises necessárias e que a decisão será tomada oficialmente após o término dos estudos.
A planta seria instalada em um terreno localizado a dois quilômetros do condomínio Alphaville Lagoa dos Ingleses, próximo a Itabirito. A provável escolha do município para abrigar a unidade está relacionada ao fato de a área em questão já ter licenciamento ambiental para a instalação de uma envasadora de bebidas. O documento havia sido concedido há alguns anos para outro projeto que não foi adiante.
Além disso, em julho do ano passado, representantes da Coca-Cola Femsa estavam em processo de negociação com a prefeitura de Itabirito e com o governo do Estado, conforme revelou na ocasião o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Magno de Almeida.
Incentivos - De acordo com a secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico, Dorothea Werneck, que também esteve presente no evento, para atrair os novos investimentos da Coca-Cola Femsa, o governo estadual ofereceu alguns incentivos, como benefícios tributários, financiamentos e auxílio para a concessão de licenciamento ambiental. "Mas nada que tenha fugido do que já estabelecemos como padrão", ressaltou.
Ela destacou ainda que, apesar dos incentivos, o posicionamento estratégico do Estado em relação às demais unidades da federação, a responsabilidade no cumprimento dos acordos firmados e a estabilidade da economia mineira foram determinantes para a escolha de Minas pela Coca-Cola Femsa.
"Apesar da guerra fiscal, outros itens não relacionados a incentivos tributários também são importantes, como o fato de disponibilizarmos linhas de financiamento por meio do BDMG (Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais). Temos sido bem-sucedidos em razão do conjunto de oportunidades que oferecemos. Hoje, nosso portfólio é de mais de 400 empresas com protocolos de intenções encaminhados, boa parte deles ainda em negociação", argumentou a secretária.
Veículo: Diário do Comércio - MG