A produção de champanhe está confinada a 80 mil acres [32,3 mil hectares] de terras a cerca de 160 quilômetros de Paris, mas a Moët Hennessy em breve passará a produzir espumantes de alto padrão em uma vinícola nova em folha no noroeste da China.
A Moët, dona de marcas de champanhe clássicas como Dom Pérignon, Veuve Cliquot e Krug, juntou forças com um grupo agrícola estatal chinês para desenvolver um vinho espumante na remota região de Ningxia Hui.
O empreendimento conjunto incluirá 163 acres de terras, com a Moët - parte da LVHM, o império do setor de luxo de Bernard Arnault - tendo o controle da nova vinícola no local.
O produto final será vendido sob o nome Chandon, marca secundária vendida fora da França, em locais como a Califórnia, Brasil, Argentina e Austrália.
A China tornou-se um mercado próspero para marcas alcoólicas de alto padrão. Em 2010, pela primeira vez, superou o Reino Unido como principal mercado de exportação de vinhos de Bordeaux, em valores, segundo Conseil Interprofessionnel du Vin de Bordeaux.
Entre 2005 e 2009, o consumo anual de vinho na China mais do que dobrou, para 867 milhões de litros, o que representa mais de 1 bilhão de garrafas, segundo a Vinexpo, organizadora de exposições de vinho.
O aumento no consumo de bebidas vem sendo acompanhado por maior interesse em produzir. Produtores internacionais de vinho são encorajados a tentar cultivar uvas em locais exóticos, como China, Índia e Mongólia.
Em 2009, o Château Lafite-Rothschild, um dos nomes mais celebres na produção de vinhos, uniu-se à Citic, maior empresa estatal de investimentos da China, em projeto de 60 acres. O grupo francês Pernod Ricard já cultiva na região de Ningxia, que a Moët agora também almeja.
Não é a primeira investida da LVMH na produção de bebidas na China. Em 2007, a empresa comprou participação de 55% na Wenjun, marca de baijiu, bebida destilada clara de grãos, popular na China, para tentar transformar sua imagem, de aguardente de baixo preço para uma marca de luxo.
Veículo: Valor Econômico