Com PepsiCo, O.N.E deve triplicar vendas nos EUA

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Água de coco: Fundador diz que múlti assumirá 100% da companhia

 

A água de coco sempre foi uma bebida popular no Brasil. Mas só começou a ser engarrafada e vendida em grande escala em 1994. Nesses 17 anos, esse mercado ainda carece de dados, mas calcula-se que a venda de água de coco industrializada em embalagem acartonadas tenha movimentado algo entre R$ 280 milhões e R$ 300 milhões no ano passado. Nos Estados Unidos, entretanto, esse mercado é ainda mais jovem: as primeiras marcas chegaram às prateleiras em 2005. No entanto, de acordo com Rodrigo Veloso, brasileiro criador da marca O.N.E. - uma das primeiras a explorar o mercado americano - as vendas por lá devem fechar 2011 com US$ 500 milhões, conforme os cálculos do empresário.

 

"Hoje somos os líderes do mercado nos Estados Unidos, com um terço das vendas em volume", diz Veloso, que tem a PepsiCo como sócia desde 2009.

 

Em dezembro do ano passado, a multinacional aumentou sua participação na O.N.E. para 51%. "Em breve, a PepsiCo irá assumir o controle total da O.N.E.", diz Veloso, que já se prepara para entrar em outros negócios. A PepsiCo informou que "tem como política não comentar aquisições."

 

O empresário, que é mineiro de Belo Horizonte, conta que teve a ideia de criar a empresa enquanto fazia seu mestrado em administração na Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo. "Em uma das matérias do mestrado, tínhamos que criar um plano de negócios de uma empresa nova e foi assim que tive a ideia de criar a O.N.E, ou One Natural Experience", relembra Veloso.

 

Em 2005, com um pouco mais de US$ 1 milhão - resultante da venda de um apartamento, de seu carro e de uma empresa de importação de café que mantinha na Suécia (onde se graduou em economia) -, Veloso partiu para Los Angeles, na Califórnia, disposto a oferecer a bebida para um consumidor que não a conhecia. Em pouco mais de um ano, a O.N.E. chegou a US$ 1 milhão em vendas, e em 2008 o faturamento pulou para US$ 10 milhões. No ano passado, a soma atingiu US$ 50 milhões e a meta é fechar este ano com US$ 150 milhões.

 

"No decorrer deste ano, qualquer lugar nos Estados Unidos que venda os refrigerantes da PepsiCo vai vender também a nossa água de coco", diz ele, sobre o novo plano de distribuição. "Nossa ambição é ter dois terços das vendas de água de coco em território americano até o fim de 2012."

 

Para isso, ele não tem mais as limitações logísticas que enfrentou no primeiro ano da companhia. "No início, envasávamos toda a água de coco que vendíamos no Brasil, na Amacoco , e as embalagens seguiam para os estados Unidos". A Amacoco, criadora da marca Kero Coco, foi adquirida pela PepsiCo em agosto de 2009. Antes disso, porém, Veloso já sondava o mercado filipino e indonésio da bebida. "Esses são os dois maiores fabricantes de coco do mundo e a água lá era descartada, considerada refugo de produção", diz.

 

Depois de firmar acordo com produtores dos dois países para compra da água, Veloso decidiu ir mais longe e investiu US$ 20 milhões para construir três fábricas para o envasamento da água de coco - duas nas Filipinas, no início deste ano, e outra na Indonésia, inaugurada há dois anos. "Nesses dois países, nossas fábricas geram 500 empregos diretos."

 

Veloso, que já se prepara para sair do negócio de água de coco, está inaugurando agora no Brasil sua nova empresa, a Segurar.com - um site onde o consumidor pode cotar o preço de seguros de vários tipos de todas as companhias do mercado. "Até o fim do ano, o site deve estar em pleno funcionamento", diz.

 


Veículo: Valor Econômico


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